Monday, August 30, 2010

RUA AUGUSTA vista por Project for Public Spaces

Rua Augusta
Baixa District
Lisbon, Portugal

by Project for Public Spaces

Rua Augusta is the main street of Lisbon's central shopping district. A pedestrian street, the views up and down the hills of the city, and through to the Praça do Comércio, are incredible. All manner of streetlife and activity abound.
Why It Works
Rua Augusta, like all successful streets, performs two key functions: it takes you somewhere, and you enjoy simply being on it. The street is a huge sidewalk, with cafes and shops along it, as well as temporary vendors and information kiosks down the middle and at intersections.

The street itself is beautiful, made up of Lisbon's famous black and white pavers, and designed such that each intersection offered a view of the adjoining hillside neighborhoods. In addition, either end of Rua Augusta is capped by a focal point, the Praça do Comércio on one end, and the Rossio on the other. Not only do these points draw the walker along, they also are important destinations in the city itself.

While Rua Augusta is a bit touristy, and the cafes, while famous are somewhat tired, it has an amazing life its own, and features so many great innovations in maintenance and practice that it deserves to be featured. See photos for more details.

History & Background
The Baixa was once the commercial heart of the city, but that role is fading. These streets once housed all the city's banks and many of their tradespeople, including jewelers and shoemakers. Surrounding streets bear the names of the trades (Rua do Ouro, Rua dos Sapateiros, etc.) and, thanks to rent control, some shops remain.

The Baixa lies on a true rectangular grid, laid out by the Marquês de Pombal in 1755 after an earthquake decimated large parts of the city.

Wednesday, August 25, 2010

Pedras da calçada abrem guerra entre junta de freguesia e câmara

In Diário de Notícias (25/8/2010)
por DANIEL LAM

«O problema das pedras da calçada que se soltam e vão abrindo buracos no passeio está a gerar polémica entre o presidente da Junta de Freguesia de S. Nicolau, António Manuel, e o vereador Fernando Nunes da Silva, da Câmara de Lisboa. O primeiro critica o facto de o vereador não ter feito um protocolo com a junta para ela própria tratar da reparação dos passeios e evitar que os buracos cresçam mais. Nunes da Silva considera que este facto terá levado António Manuel a insurgir-se contra o novo plano de tráfego na Baixa e a exigir que não entre em vigor já em Setembro, como previsto.

António Manuel referiu ao DN que o vereador da Mobilidade, Fernando Nunes da Silva, "fez protocolos de reparação da calçada com todas as juntas de freguesia de Lisboa, excepto com a de S. Nicolau e outras três da Baixa: Santa Justa, Santiago e Castelo". Adianta que, para justificar essa decisão, o vereador "diz que, como é calçada artística, essas reparações só podem ser feitas pelos calceteiros da câmara".

O presidente da junta discorda, salientando que "a freguesia de S. Nicolau tem 22 arruamentos e 16 deles não têm calçada artística. É tudo branco". E elogia o calceteiro que presta serviço na sua junta de freguesia, frisando que "é competente, tem experiência e sabe fazer o trabalho em condições" (ver caixa).

"O nosso calceteiro poderia rapidamente resolver o problema e evitar que os buracos fossem ficando cada vez maiores. Nós comunicamos à câmara e só vão fazer a reparação duas ou três semanas depois, quando os buracos já estão enormes", denuncia António Manuel.

Na sua opinião, "o problema é que o vereador não faz nem deixa fazer. E não se percebe isto, porque quando há obras da EDP, da EPAL, da PT e de outras empresas, que implicam abrir buracos na calçada, são os funcionários deles que depois colocam a calçada e não os calceteiros da câmara".

Fernando Nunes da Silva, vereador da Mobilidade da Câmara de Lisboa, encara estas críticas como uma reacção negativa ao facto de S. Nicolau ser "uma das poucas juntas de freguesia que não recebeu uns milhares de euros pela transferência de competências da câmara para a junta, relativamente à reparação da calçada".

Segundo explicou ao DN, "aquela freguesia tem calçada com desenhos e os trabalhos de reparação têm de ser feitos por profissionais para manter em condições a tradicional calçada portuguesa".

"Há pessoas que não respeitam esses pormenores. Juntam as pedras ao lado umas das outras sem se preocuparem em acertar os encaixes correctamente. Ficam grandes intervalos entre as pedras, que depois tapam com areia e cimento", contestou o vereador.

Sublinhou que, "por vezes, não respeitam a face correcta da pedra e colocam-na ao contrário, com a face menos brilhante para cima. Depois o conjunto não fica uniforme, porque umas pedras são mais brilhantes e outras mais baças".

O vereador admitiu que "a câmara só tem agora uma brigada de calceteiros, porque todos os outros foram embora trabalhar para outras empresas que lhes pagam o dobro ou o triplo do que recebiam na autarquia".

Explicou que estes calceteiros "estão sediados junto ao Martim Moniz, pelo que rapidamente se deslocam à Baixa para fazerem as reparações necessárias".

Por tudo isto, conclui o vereador, "não se justifica fazer a transferência de verbas nem de competências para a Junta de Freguesia de S. Nicolau nem para as outras três da zona histórica".»

Friday, August 20, 2010

"Promover o uso dos transportes públicos"

In DN 13-8-2010

4 perguntas a... Pedro Gomes, investigador do Departamento do Ambiente da Faculdade deCiência e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

Quais as zonas com mais altos níveis de poluição do ar?
A situação mais grave é na área de Lisboa, logo seguida do Porto, porque são as zonas mais populosas e que têm mais tráfego automóvel. Depois surgem Braga e Coimbra, mas nada que se compare com Lisboa e Porto.

Que medidas se deve tomar para reduzir esses níveis?
Deve-se tomar todas as medidas para promover o uso do transporte colectivo em detrimento do individual. Por exemplo, nos principais acessos a Lisboa e Porto, uma das vias de rodagem deve ficar reservada para transportes colectivos, veículos eléctricos e viaturas com dois ou mais ocupantes, levando as pessoas a usar o transporte público ou a partilhar o carro próprio com outros. Desta forma, reduz-se o número de veículos em circulação. Também se deve criar mais faixas bus para dar prioridade aos transportes públicos e melhorar a sua atractividade.

E nas áreas mais sensíveis?
Nas zonas mais críticas, deve-se interditar o acesso a veículos que ultrapassem os limites de emissões poluentes, que normalmente são os mais antigos.

Que medidas de longo prazo?
É preciso aproximar as pessoas dos seus locais de trabalho e dar-lhes transportes públicos para não terem de usar o transporte individual. As novas urbanizações devem ser construídas perto de uma rede de transporte pesado, como o comboio.

Foto: eléctrico de nova geração no centro de Munique

Esplanadas fora da lei triplicam número de mesas


In Diário de Notícias (20/8/2010)
por DANIEL LAM

«Mesas e cadeiras invadem cada vez mais a Baixa. Câmara vai lançar regras mais claras

Grande parte das esplanadas da Baixa lisboeta infringe a lei, colocando o triplo do número de mesas autorizado pela Câmara de Lisboa. Quem cumpre as normas queixa-se de concorrência desleal, pois os infractores só pagam à autarquia a taxa anual de um terço do espaço que ocupam. Os peões sentem-se incomodados sem espaço no passeio para andar, enquanto o autarca da freguesia de S. Nicolau alerta que as viaturas dos bombeiros não podem passar e a segurança da Baixa fica em risco. O vereador José Sá Fernandes garante ao DN que "um novo regulamento vai fazer isto entrar tudo nos eixos, já em 2011".

António Manuel, presidente da Junta de Freguesia de S. Nicolau, salienta que "o mais problemático é na Rua dos Correeiros, porque é estreita. Por vezes, põem as mesas a ocupar a rua desde um lado ao outro. As pessoas têm de andar aos 'esses' para passar entre as mesas. E os veículos de socorro dos bombeiros não conseguem passar".

Na sua opinião, "deve haver tolerância zero e fiscalização máxima em relação às esplanadas na Baixa, porque o que está em causa é a segurança da Baixa e de todos".

"Estamos a favor do licenciamento de todas as esplanadas, porque trazem turismo e negócio, desde que cumpram os regulamentos e não interfiram na mobilidade das pessoas e dos veículos prioritários", sublinha o autarca.

Segundo a lei, o empresário paga uma taxa anual à câmara, que determina a área e o número de mesas, cadeiras e chapéus-de--sol que a esplanada pode ter.

Na Rua Augusta, o DN detectou várias esplanadas que só têm licença para doze mesas, mas tinham praticamente o triplo.

Na Rua dos Correeiros, pelas 16.00, quase todas as esplanadas cumpriam as normas, mantendo um corredor de passagem livre no meio. Mais à frente percebeu-se o motivo de tanta legalidade. Tinha acabado de passar ali um veículo da PM, no sentido da Praça do Comércio em direcção ao Rossio.

Mas interrompeu o seu trajecto antes de chegar ao último quarteirão de ligação ao Rossio, onde as mesas das esplanadas se mantinham a ocupar a rua desde um lado ao outro sem formar um canal livre de passagem no meio.

Um restaurante indiano na Rua dos Correeiros só tem licença para três mesas na rua, mas tinha 13.

Na mesma rua, a Marisqueira Popular, com autorização para uma esplanada de quatro mesas, estava com 14, todas ocupadas com clientes. Júlio Alves, responsável do estabelecimento, admitiu ao DN a infracção, explicando que "não há outra hipótese. Se eu pusesse só quatro mesas lá fora, não fazia negócio nenhum, porque as pessoas não querem ficar dentro do restaurante, que está vazio. Iam para outras esplanadas".

Adiantando que "nenhuma esplanada cumpre o limite das mesas licenciadas", o mesmo empresário defende que "nestes meses de Verão, a câmara deveria permitir pôr mais mesas, desde que não seja no meio da rua".

A mesma opinião tem o presidente da Associação de Dinamização da Baixa Pombalina, Manuel Sousa Lopes, advertindo, no entanto, que "as esplanadas não podem ser excessivamente amplas para não prejudicar a passagem dos peões". Critica os abusos e defende "mais rigor no cumprimento das licenças atribuídas".

Considera que "os toldos deveriam ser todos iguais e bonitos, com uma cor viva, como o azul do mar, em vez de serem escuros e sujos. E deviam ter floreiras para dar mais vida e frescura ao local".»

...

Ainda ontem de manhãzinha vi e ouvi um polícia municipal em amena cavaqueira com o empregado de mesa que estava a "ordenar" as cadeiritas da esplanada da Rua Augusta, e o 1º dizia em tom jocoso enquanto lhe dava um belo de um "passou bem": «vá lá, toca de respeitar o toldo, cadeiras para lá do toldo, não, olha que aviso a polícia municipal». Risos de ambos, e lá passou e foi talvez dizer o mesmo a outra esplanada. Tem graça, quase que apostava que tinha sido exactamente a da imagem!

Friday, August 13, 2010

Novo pavimento vai absorver ruído do trânsito da Baixa

In Diário de Notícias (1378/2010)
por DANIEL LAM


«Alterações ao esquema de circulação entram em vigor em Setembro com um sistema de semaforização que impõe um limite de velocidade de 40 quilómetros por hora.

A zona da Baixa pombalina não consegue, para já, livrar-se de mais tráfego automóvel, mas vai receber um conjunto de medidas para minimizar os efeitos nefastos produzidos pelo trânsito, principalmente a poluição do ar e o ruído. Entre essas soluções contam-se novos autocarros mais amigos do ambiente, um tipo de pavimento que absorve o ruído e um sistema de funcionamento dos semáforos para levar os automobilistas a praticar uma condução mais ecológica, revelou ao DN o vereador da Mobilidade da Câmara de Lisboa, Fernando Nunes da Silva.

"Não é possível reduzir mais tráfego na zona sem matar a Baixa", confessou o autarca, anunciando que o novo plano de circulação de tráfego para a frente ribeirinha e Baixa pombalina, entre Santa Apolónia e o Cais do Sodré, começa a ser implementado já em Setembro, com um "sistema de semaforização diferente".

Segundo explicou, o sistema tem uma valência que mede a velocidade de circulação dos veículos, passando o semáforo para vermelho se ultrapassar o limite de 40 quilómetros por hora. O objectivo é levar os automobilistas a conduzir a uma velocidade constante até aos 40 quilómetros por hora, o que permite reduzir o ruído e a emissão de gases poluentes.

No fundo, é um sistema semafórico semelhante ao que está instalado na Estrada Marginal, ao longo da costa do Estoril.

O vereador esclareceu que, se os condutores cumprirem esse limite de velocidade, "conseguem atravessar toda a Baixa sempre com os semáforos todos verdes sem terem de parar em nenhum".

Salientou que "as emissões de gases poluentes aumentam muito com o pára-arranca dos veículos".

O autarca adiantou que a empresa Carris "vai fazer um esforço para substituir os autocarros que passam pela Baixa por outros veículos híbridos, que são muito mais silenciosos e produzem menos gases poluentes do que as viaturas actuais".

A título de exemplo, Fernando Nunes da Silva referiu que "basta passarem dez autocarros - dos actuais - por hora numa rua para serem ultrapassados os limites de poluição e ruído admissíveis em zonas residenciais".

Outra medida prevista consiste na colocação de pavimento absorvente de ruído nas ruas do Ouro e da Prata, as artérias da Baixa onde se regista mais tráfego. Esta solução, mais complicada de executar, não será realizada este ano, desconhecendo-se ainda quando se tornará realidade.

Além destas medidas, que minimizarão os incómodos para quem reside na Baixa, o vereador da Mobilidade defende que "os primeiros pisos dos edifícios só devem ter utilização comercial, destinando--se os andares superiores para habitação, pois ficarão sujeitos a níveis de ruído muito mais baixos".

Ainda no que se refere à habitação, o autarca considera que "é necessário melhorar as condições de isolamento acústico dos edifícios, nomeadamente com a instalação de janelas de vidro duplo".

Fernando Nunes da Silva recorda que o tráfego rodoviário na Baixa "reduziu quase 45% nos últimos dois anos e estabilizou. Ali já só circula o trânsito necessário ao funcionamento da Baixa. Tudo o que era para sair já saiu".»

Thursday, August 12, 2010

Tráfego e poluição afastam moradores

In Diário de Notícias (12/8/2010)
por DANIEL LAM


«Junta de Freguesia de S. Nicolau exige suspensão do novo plano de circulação rodoviária na Baixa pombalina.

O presidente da Junta de Freguesia de S. Nicolau, António Manuel, enviou ontem um ofício ao vereador da Mobilidade da Câmara de Lisboa, Fernando Nunes da Silva, propondo a suspensão do novo plano de mobilidade da Baixa - previsto para entrar em vigor em Setembro - porque "aumenta o tráfego e a poluição na zona, inviabilizando o processo de repovoamento". O vereador garante que "não vai haver mais trânsito".

"O novo plano de mobilidade para a Baixa dá preferência ao tráfego automóvel em detrimento dos peões e dos moradores", disse ao DN o autarca da Freguesia de S. Nicolau. Salienta que "o aumento do trânsito faz subir os níveis de poluição, que na área da Baixa já ultrapassam os limites admissíveis para zonas residenciais, segundo dados da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional de Lisboa e Vale do Tejo. Assim, põe em causa o plano de reabilitação e urbanização da Baixa, que procura trazer mais moradores e melhorar a qualidade do ar".

António Manuel contesta principalmente a parte relativa à Rua da Conceição, que tem actualmente tráfego automóvel apenas no sentido da Sé para o Chiado. "O novo plano de mobilidade pretende abrir também a circulação automóvel no sentido inverso, o que fará aumentar o trânsito na Baixa."

Na sua opinião, "também coloca em risco a segurança dos peões, porque os passeios na Rua da Conceição são muito estreitos e por vezes as pessoas têm de andar na estrada. Até já houve acidentes ali".

Salienta que nesta rua "há grande fluxo pedonal, por ser bastante residencial e com grande actividade comercial, com lojas de retrosarias e restaurantes" (ver caixa).

"O plano de mobilidade deve ser parte integrante do plano de reabilitação urbana da Baixa e não colidir com ele nem prejudicar os seus objectivos", adverte o presidente da junta de freguesia.

O autarca discorda também do ponto do plano que pretende "desviar parte dos transportes colectivos da Rua do Arsenal para a Avenida da Ribeira das Naus, que já é o eixo da Baixa mais carregado de tráfego, com cerca de 160 mil veículos por dia".

Por tudo isto, António Manuel propõe "a suspensão do plano, até serem criadas as condições de funcionamento das estruturas circulares que desviem e impeçam o tráfego na Baixa, sejam construídos os parques de estacionamento previstos e se dedique o espaço público aos peões aos transportes de proximidade". Em suma, "que se acabe com todo o trânsito na Baixa, que passaria a ser toda pedonal", conclui António Manuel.

O vereador Fernando Nunes da Silva considera "estranha esta posição, porque o presidente da junta nunca se opôs a este plano, que tem estado a ser discutido desde Novembro de 2009".

O autarca garante ao DN que a Rua da Conceição "até vai ter menos tráfego, porque deixa de receber trânsito das ruas do Ouro e da Prata com destino ao Chiado. Com o novo plano, essas viragens não são permitidas e passam a ser feitas para a Rua do Comércio, que é mais larga e tem menos lojas".

Adianta que a Rua da Conceição "passa a servir apenas para atravessar a Baixa entre a Sé e o Chiado" e vice-versa, prevendo-se que o tráfego actual nesta artéria, "de 220 a 250 veículos por hora, reduza para 125 veículos por hora".

De acordo com o mesmo responsável, "nos últimos dois anos, o tráfego na Baixa já diminuiu cerca de 45%. Ao fim deste período, podemos concluir que ali só circula o trânsito necessário ao funcionamento da Baixa. Tudo o que era para sair já saiu".

Em Junho, o plano de circulação rodoviária "foi aprovado em reunião de câmara e entra em vigor em Setembro", conclui o vereador.»


...


Há muito que a Rua da Conceição devia ser só eléctricos e veículos prioritários, a do Crucifixo para peões, etc., etc. Na Baixa o problema é a montante, que é como quem diz ao nível do Marquês de Pombal. Depois, é preciso coragem e não andar como até agora "un pasito adelante, dos pasitos para atras".

Isto é um quiosque de gelados ou um dispositivo de publicidade?

No ano passado uma marca de gelados castigou Lisboa com estes novos quiosques na forma do logo da própria marca (como a CML é permissiva!). Foi um ponto alto da Lisboa enquanto «PUBLI-CIDADE». Estas feias e intrusivas barracas foram implantadas sem qualquer critério de respeito pelo património da cidade (na Baixa, Chiado, na zona monumental de Belém e até dentro do Jardim da Estrela!). Este ano, após protestos da sociedade civil, a CML, EGEAC/Festas de Lisboa fizeram uma pequena alteração, à maneira de um muito tímido pedido de desculpa: numa das faces aparece uma imagem de arquivo do local onde se implanta o quiosque. Enfim, é uma mudança tão patética que por essa razão não se pode considerar um melhoramento. É, aliás, "um tiro no pé" porque ao exigir uma imagem de arquivo a CML assume que está perante um espaço urbano já interiorizado nos munícipes como de "referência", "histórico" e portanto com valor patrimónial. Não é por acaso que, por exemplo, a Alameda (na imagem), está na Carta Municipal do Património.

O Fórum Cidadania LX voltará este ano a insistir que o Pelouro do Ambiente Urbano promova o design e construção de quiosques adequados para evitar que as marcas façam do espaço público seu campo de batalha. Os novos quiosques - que devem ter uma área restrita e específica para a publicidade como vemos noutras cidades da Europa - seriam depois disponibilizados para aluguer pelas diferentes marcas que pretendem vender bebidas ou gelados no espaço público da capital.

Foto: reparar na ironia da fotografia de arquivo neste quiosque mostrar a Fonte Luminosa na Alameda em pleno funcionamento, jorrando água que assim humidificava o ambiente seco dos verões lisboetas. Actualmente está abandonada pela CML, sem água e sem data para restauro.

Wednesday, August 11, 2010

Terreiro do Paço - Novos holofotes, piso estragado



Chegado por e-mail:



«Boas

se quiserem aproveitar as fotos que tirei hoje com os novos candeeiros tipo holofote e ao piso (já) estragado:

http://www.skyscrapercity.com/showpost.php?p=61696883&postcount=1971


Pedro Costa»


...

Um verdadeiro nojo, o estado actual do piso, e uma verdadeira escandaleira a nova iluminação do Terreiro do Paço. Quanto é que isto custou ao erário público? E quanto vai custar para repor a dignidade?

Tuesday, August 10, 2010

AMESTERDÃO: Zona de canais concêntricos do séc. XVII classificada Património da Humanidade pela UNESCO

Desde o dia 2 de Agosto de 2010 que a «Zona de canais concêntricos do séc. XVII delimitada por Singelgracht em Amesterdão» é Património Mundial da Humanidade.

O Comité do Património Mundial da UNESCO, que este ano reuniu em Brasília entre o dia 25 de Julho e 2 de Agosto, anunciou os 21 novos sítios que passam a fazer parte da lista do Património Mundial.

«O conjunto urbano histórico do bairro de canais de Amesterdão é fruto do projecto de construção de uma nova “cidade-porto”, que se levou a cabo em finais do séc. XVI até ao séc. XVII. Foi criada uma rede de canais que rodeava o antigo centro histórico e medieval da cidade e que se foi expandindo até ao canal de Singelracht. Este projecto de larga duração ampliou a superficie da cidade, drenando as águas com canais traçados en arcos concêntricos e aterrando os intervalos entre canais. Os espaços assim criados permitiram erguer um conjunto urbanístico homogéneo constituido por numerosos monumentos e casas. Esta ampliação urbana foi a de maior envergadura e homogeneidade da época. O sítio constitui um exemplo de planificação urbanística em grande escala que serviu de modelo arquitectónico de referência no mundo inteiro até ao séc. XIX.»


Fotos: por estas imagens se percebe bem porque é que este bairro de Amesterdão foi classificado pela UNESCO e porque razão temos muitas dúvidas em relação à candidatura da Baixa Pombalina ao mesmo estatuto. Apesar das semelhanças em termos da relevância urbanística para o Património da Humanidade, as diferenças são óbvias. Por exemplo, neste bairro de Amesterdão não se encontram imóveis abandonados e nem pensar em demolições, caves para estacionamento e "fachadismo" como na Baixa / Chiado em Lisboa.

Sunday, August 8, 2010

ETNOLOGIA? NACIONAL? MUSEU?

Não, não houve nenhum engano com as imagens. Estas duas fotografias são mesmo do nosso Museu Nacional de Etnologia, na Av. Ilha da Madeira, em Lisboa. É do conhecimento público o insuficiente financiamento da Cultura em Portugal - mas o que vemos nas imagens vai mais além das políticas actuais da cultura. Estão assim "equipadas" as instalações sanitárias do Museu Nacional de Etnologia de Portugal. Caixas de cartão a servir de papeleiras, e outros objectos com idênticos padrões de qualidade. É assim um museu nacional da capital portuguesa. Alguém se lembra quantos milhões vai custar esse capricho do governo chamado «Novo Museu dos Coches»? E assim está Portugal em Agosto de 2010.

Mas que ninguém deixe de visitar o Museu Nacional de Etnologia por causa das suas instalações sanitárias! http://www.mnetnologia-ipmuseus.pt/Museu.html

Friday, August 6, 2010

POSTAIS DA BAIXA: Rua da Conceição

No Terreiro do Paço continua-se a semear lixo:


Acabou-se o Terreiro do Paço aos Domingos, mas temos o Terreiro do Paço durante o Verão.



Retiraramn o quiosque lindo junto à Rua do Arsenal, que tapa inclusive a placa alusiva ao regicídio, não para o retirarem de vez do T.Paço, mas para o oficializarem por mais uma dezena de anos





Arrancaram as colunas de iluminação final séc. XIX do muro junto ao rio, para colocarem candeeiros LINDOS, dignos de auto-estrada



Caixotes acabados de colocar um pouco por toda a moldura
(exterior e interior) da praça


...

Decididamente, a Frente Tejo é uma frente de mau gosto. Não contentes com os novos candeeiros do Terreiro do Paço, já apelidados, e bem, de periscópios, continuam a poluir a praça a seu bel-prazer. Não dá para acreditar que o Presidente da CML concorde com este lixo!!

Monday, August 2, 2010

POSTAL DA BAIXA: Rua da Prata

«Lisboa, la capital del vacío»

REPORTAJE: una gran ciudad europea en declive

La degradación de los edificios y el elevado coste del suelo expulsan a los habitantes jóvenes y convierten la capital portuguesa en una ciudad cada vez más despoblada

El corazón de Lisboa está envejecido. Este es el diagnóstico de Helena Roseta, concejal de vivienda, al describir el despoblamiento de la capital portuguesa y el abandono de muchos edificios. Las casas desocupadas abundan en el centro histórico, en barrios tan conocidos como Chiado, Baixa, Alfama, Graça o Alcántara. Es una imagen que se repite hasta en las zonas más cotizadas. Entre tiendas de lujo, hoteles, bancos y empresas multinacionales asoman edificios en avanzado estado de degradación. El Ayuntamiento contabiliza una quincena en la Avenida da Liberdade, la principal arteria lisboeta, comparable con el paseo de la Castellana de Madrid o el paseo de Gracia barcelonés. Lisboa y Oporto se encuentran a la cabeza de las ciudades de la UE que más se han vaciado desde 1999 y con el mayor índice (24%) de habitantes de más de 65 años.

Helena Roseta, arquitecta de profesión, trabaja desde hace años a favor de una política de vivienda decente y fue reelegida en octubre pasado como concejal independiente en la lista del Partido Socialista. Roseta menciona tres elementos comunes del panorama urbanístico de ciudades como Lisboa, Oporto y Braga: el elevado número de pisos desocupados, el declive demográfico y el envejecimiento de la población.

Según un recuento de 2008, en Lisboa hay 4.000 edificios abandonados, de un total de 55.000. "Una parte ya tienen programas de rehabilitación aprobados por el Ayuntamiento, otros no pueden ser recuperados y tendrán que ser demolidos", explica el también arquitecto Manuel Salgado, teniente de alcalde y responsable de Urbanismo. De su estudio salieron proyectos urbanísticos como el Centro Cultural de Belem, los espacios públicos de la Expo de Lisboa, el estadio de Oporto y el paseo marítimo de San Miguel (Azores). En 2007 cambió la arquitectura por la política activa, y de momento no parece desencantado en su papel de brazo derecho del alcalde socialista António Costa.

En los últimos 30 años, Lisboa perdió unos 100.000 habitantes por década, y pasó de 800.000 habitantes al medio millón actual. Salgado dice tener "perfectamente identificadas" las causas del despoblamiento: "La mala calidad de los equipamientos de proximidad: guarderías, escuelas, centros de salud; la búsqueda de viviendas unifamiliares; y, la más importante, el coste del metro cuadrado, que en Lisboa es dos o tres veces más caro que en los municipios limítrofes".

Una cuarta parte de la población de la ciudad vive en el umbral de pobreza, según cálculos del Ayuntamiento. Jubilados, desempleados, gente que vive del subsidio mínimo, en un extremo. En el otro, quienes tienen más recursos y pueden acceder sin problemas al mercado de la vivienda en Lisboa. En muchos casos tienen casa en las zonas más exclusivas de los alrededores, como Estoril y Cascais. "Queremos acabar con la brecha enorme que existe en Lisboa entre los muy ricos y los muy pobres, y para ello es muy importante que la clase media y los jóvenes sean parte importante de la población de la ciudad", señala Manuel Salgado.

La ciudad tiene 650.000 puestos de trabajo, pero solo 500.000 residentes, de los que una cuarta parte son activos, explica el teniente de alcalde. "Esto significa que cada día entra y sale de Lisboa más de medio millón de personas. Es una situación prácticamente única en Europa, solo comparable con Oslo, que tiene más puntos en común con las ciudades estadounidenses". El geógrafo João Seixas, profesor de la Universidad de Lisboa, define el fenómeno como "una enorme fragmentación de residencia".

Las consecuencias de este trasiego diario son dramáticas para una ciudad que se llena y vacía como un pulmón. Desequilibrio, congestión de la vía pública, contaminación y ruido. "Hay 162.000 vehículos registrados en Lisboa y entran cada día unos 400.000, que suponen un gran desgaste para la ciudad y no aportan ingreso alguno a las arcas del Ayuntamiento porque pagan sus impuestos en otros municipios", explica Salgado.

Las noches y los fines de semana, Lisboa se vacía y hay zonas que adquieren un aire fantasmagórico. Algunos barrios más céntricos, donde abundan edificios abandonados, tienen notables carencias de servicios. Ante la falta de demanda hay poca oferta de tiendas, bares o taxis, lo que ahuyenta a los moradores jóvenes, que optan por vivir en barrios más lejanos pero con más vida.

Propietarios, inquilinos y autoridades municipales se acusan mutuamente del deterioro del parque inmobiliario. Los primeros se quejan de la ley de arrendamientos urbanos, que se remonta a los años cincuenta, en plena dictadura salazarista, y mantiene congelados alquileres irrisorios que no permiten afrontar obras de rehabilitación. "La propiedad se ha convertido en Portugal en una asistencia social privada al inquilino", dice Monteiro de Barros, de la Asociación Lisboeta de Propietarios.

Los contratos firmados desde 1990 son libres y el nuevo régimen de arrendamiento de 2006 permite aumentar los alquileres si la casa está en condiciones de habitabilidad, lo que no ocurre en bastantes barrios. Pero no se han tocado las rentas antiguas porque, según Manuel Salgado, "provocaría un choque social muy serio". Romão Lavadinho, presidente de la Asociación de Inquilinos Lisboetas, reconoce que "hay muchos pisos en mal estado, por los que el inquilino paga unos 70 euros al mes". "Pero no es menos cierto", añade, "que muchos propietarios dejan que las casas estén al borde de la ruina, para lograr su demolición y construir un inmueble con más pisos y más rentable". Lavadinho también acusa a los ayuntamientos de ciudades como Lisboa y Oporto: "Son los mayores propietarios y los que tienen el patrimonio más deteriorado".

A pesar de la decadencia de la Lisboa antigua y señorial, la belleza de la ciudad, con sus siete colinas y el río Tajo omnipresente, sigue siendo un poderoso imán para el visitante extranjero. Consciente de ello, el Ayuntamiento ha encontrado un instrumento para recuperar la vitalidad de la ciudad: el programa Erasmus, que facilita la movilidad académica de los estudiantes dentro de la Unión Europea. "Nuestro objetivo es transformar Lisboa en una ciudad Erasmus", asegura Manuel Salgado. Según los indicadores municipales, los 3.000 estudiantes extranjeros que llegan por año están contribuyendo a dinamizar el mercado de vivienda de alquiler.

in EL PAÍS 1-8-2010