Monday, May 30, 2011

Rua de São Mamede 7: ´"aguas furtadas"?



Reparar bem nas "novas" águas furtadas que foram construídas neste edifício pombalino acabadinho de ser "reabilitado" na Rua de São Mamede, 7. Se o Carlos Mardel ou o Eugénio dos Santos cá viessem... dariam umas boas réguadas nos senhores que fizeram este serviço. Na verdade nem é preciso chamar os arquitectos da Lisboa de Pombal: qualquer profissional sério em reabilitação nunca faria um trabalho destes. Não há palavras para descrever isto - porque é mesmo muito mau. Rir ou chorar? Chorar pois o preço que estão a pedir pelos apartamentos "de luxo" é chocante considerando a óbvia falta de qualidade da intervenção.

Thursday, May 26, 2011

MUSEU DO CHIADO: 100 ANOS

... 100 anos depois este museu nacional - o único de arte contemporânea - ainda não tem instalações adequadas à qualidade e quantidade do espólio que possui! Mas entretanto em Belém está a surgir um novo edifício milionário que ninguém pediu a não ser um certo ministro da economia e talvez os seus amigos e colegas...


O Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado foi fundado por decreto da República em 26 de Maio de 1911. Nasce assim da divisão do antigo Museu Nacional de Belas-Artes em Museu Nacional de Arte Antiga, que herdou daquele as obras realizadas até 1850 e continuou instalado no Palácio das Janelas Verdes, e em Museu Nacional de Arte Contemporânea, constituído por todas as obras posteriores a esta data, tendo sido instalado no Convento de S. Francisco, num espaço vizinho da Academia de Belas Artes. Ao organizar-se uma rede museológica, articulada ao longo do país, cumpria-se um projecto de modernidade desenvolvido pelo ideário oitocentista de livre esclarecimento dos cidadãos, dotando o país com os instrumentos necessários à salvaguarda e revelação da arte nacional. Inédita e pioneira, no contexto internacional, terá sido a criação de um museu de arte contemporânea.A instalação, ainda que a título provisório, do Museu Nacional de Arte Contemporânea no Convento de S. Francisco vinha simbólica e oportunamente situá-lo na zona frequentada pelas tertúlias das gerações representadas no museu. Ocupava os antigos salões onde as exposições dos românticos e naturalistas haviam tido lugar, em espaços anexos ao convento. http://www.museudochiado-ipmuseus.pt/pt/node/11

Saturday, May 21, 2011

Rua Garrett: Alfaitaria Piccadilly fechou

Fechou para dar lugar ao novo hall de entrada dos apartamentos "de luxo" que estão a ser criados nos pisos superiores deste imóvel pombalino. Para que serve a Carta Municipal do Património da CML? Provavelmente para quase nada. Talvez para parecer que somos civilizados.

Wednesday, May 11, 2011

E o Arco, pá?


Já perdi a conta às vezes que prometeram restaurar o Arco da Rua Augusta, que está num estado deplorável há demasiados anos. Inclusive, já teve verba orçamentada e tudo para que as obras arrancassem. Nada. Passou-se o Centenário e nada. O estado deste Arco é sintomático do estado da nação.

PUBLI-CIDADE: Rua Garrett

Rua Garrett, dia 6 de Maio de 2011

Monday, May 2, 2011

LISBOA PREPARA CAMINHO PARA VENDA FORÇADA DE CASAS

in Económico


Paula Cravina de Sousa
02/05/11 07:34

O presidente da Câmara de Lisboa quer apostar na reabilitação da cidade.


.Com a delimitação da área de reabilitação urbana, a Câmara de Lisboa vai poder aplicar a venda coerciva, já prevista na lei desde 2009.

A Câmara Municipal de Lisboa (CML) está a preparar caminho para aplicar a venda forçada de casas, nos casos em que os proprietários se recusem a reabilitar a casa. A medida decorre da delimitação da Área da Reabilitação Urbana (ARU) a quase toda a cidade de Lisboa.

Esta delimitação está prevista na Estratégia de Reabilitação Urbana de Lisboa apresentada na passada sexta-feira pelo vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, e vai generalizar o acesso aos instrumentos e incentivos previstos do Regime Jurídico da Reabilitação Urbana. A venda coerciva de casas foi precisamente uma das medidas mais polémicas e mais contestadas do regime jurídico que entrou em vigor no final de Dezembro de 2009.

Apesar de estar em vigor há mais de um ano, esta possibilidade ainda não tinha sido aplicada: "a lei tinha um procedimento pesado para delimitar as ARU e é isso que estamos a fazer agora", explicou Manuel Salgado.

Sunday, May 1, 2011

Reconversão Urbana «BES STYLE»: Palácio do Contador Mor

Mais um lamentável exemplo da FALSA reabilitação que está a ganhar terreno nos Bairros Históricos. O PDM, e o Plano de Urbanização da Colina do Castelo & Alfama, proíbem a demolição integral dos interiores dos edifícios (a não ser em caso de ruína iminente o que não era o caso). Acresce ainda que este antigo Palácio faz parte da Carta Municipal do Património, anexa ao PDM o que lhe conferia ainda maior protecção. Os pareceres obrigatórios e vinculativos do IGESPAR foram de início negativos mas mais tarde, não se percebe como, fecharam os olhos à demolição. De facto, de nada lhe valeram as supostas protecções legais pois o seu proprietário parece que esteve acima da lei do comum dos mortais: os interiores foram integralmente demolidos sem um pestanejar. E para piorar a situação, está a ser reconstruído com recurso a tecnologias modernas, isto é, atrás das fachadas antigas estão a surgir uma construção nova totalmente em estrutura de betão armado (até a estrutura da cobertura é em aço). O proprietário é o BES e os autores do projecto de arquitectura: Atelier Aires Mateus e Frederico Valssasina. Que diferença existe entre este palácio reconvertido em prédio de habitação de luxo e um prédio 100% novo na Alta de Lisboa desenhado por Frederico Valsassina ou Aires Mateus? Apenas a fachada é diferente. O que têm em comum? A máquina municipal que aprova e os autores do projecto de Arquitectura. Esta obra do BES é um verdadeiro crime contra o património de Lisboa.