Friday, November 28, 2008

Porquê gastar 3 mil milhões para atravessar o Tejo, se custa 300 com novas tecnologias?

«Porquê gastar 3 mil milhões para atravessar o Tejo, se custa 300 com novas tecnologias?»

in Jornal Económico por Jack Soifer

"As grandes capitais como Paris e Londres têm transporte integrado com minibus a biogás nos suburbios até ao metro no centro, com o mesmo cartão. Têm grandes parques junto às estações de comboio e metro; portagens se o automóvel entra na cidade.

Muitos engenheiros afirmam que a Ponte Vasco da Gama tem capacidade até 2030 ou mais. Falta um túnel para comboios! É a mais simples e barata solução. Não altera a vista nem o habitat das aves. O de Estocolmo, para o metro, e o do Canal da Mancha, para comboio de passageiros e veiculos, mostrou ser o melhor. Hoje é pré-construido à beira-rio em módulos estanques, rebocados, localizados a GPS e afundados numa semi-vala pré-dragada no rio, similar aos de Boston e Baltimore.

Um terramoto danificaria a ponte planeada, como em S.Francisco; um tunel modulado usa um tipo de airbag que fecha o módulo afectado sem danificar o resto do tunel.

As formas estão prontas, a tecnologia usada. Se querem quatro vias, faz-se dois tuneis. Enquanto a ponte limita a uma dúzia os possiveis concorrentes e permite todo o tipo de lobi, o tunel, após o projecto, pode abrir-se para oitenta concorrentes, todos locais. Usa 100% de materiais fabricados cá, por empresas de cá, com empregados de cá.

A quem interessa gastar 3 mil milhões em vez de 300 ? Quem vai pagar 30 dos 40 mil milhões em obras faraónicas ? Em portagens, tarifas e impostos, um mlhão de contribuintes terão de pagar, cada um, mais 5 mil euros por ano em 6 anos para satisfazer o lobi de uma duzia de empreiteiras? Inovar é usar um tunel para atravessar o Tejo."

[Um interessante texto publicado no Jornal Económico no passado dia 5 de Maio. De facto, porque razão se insiste numa solução que vai provocar tantos impactos negativos na paisagem urbana consolidada de Lisboa? Porquê massacrar mais as freguesias da zona oriental quando existe uma solução com impactos visuais menores e mais económica? Porquê perturbar outra vez a vida selvagem do estuário do Tejo com outra ponte? Porquê intervir de maneira tão brutal no Skyline histórico de Lisboa? Esta decisão autista do governo vai também complicar a candidatura da BAIXA à UNESCO - é bom lembrar que a área a classificar inclui uma zona tampão no próprio Tejo].

Thursday, November 27, 2008

«CONTO DO NATAL» OU «CONTO DO VIGÁRIO»?




É uma vergonha, nacional, ver as duas principais praças históricas da capital transformadas em feiras de publicidade.

Com a desculpa, mal disfarçada, do Natal, uma empresa de telemóveis instalou-se na Praça do Comércio com 24 grandes balões.

E no Rossio, uma instituição que pela sua história centenária devia dar o exemplo de boas práticas e de respeito pelo património, ergueu uma enorme estrutura kitsch, evocação pueril da terra do Pai Natal, que tapa o monumento a D. Pedro V [assim como a fachada do Teatro Nacional!].

Os impactos negativos são óbvios e não precisam de mais argumentação para além de uma breve e simples visita aos sítios (ver fotografias). Não se pode aceitar que a Praça do Comércio e o Rossio, com pretensões de serem classificadas pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade, possam estar durante mais de dois meses desfiguradas por estruturas de publicidade desta dimensão. Mas antes de se falar na hipotética classificação por um organismo internacional, os cidadãos questionam o silêncio do IGESPAR. Sendo evidente que a plena fruição destes imóveis classificados está comprometida pelas estruturas de publicidade agressiva – e tendo em consideração que a fruição dos bens culturais é um direito que está consagrado na Lei do Património - porque razão o Ministério da Cultura / IGESPAR não salvaguardam a integridade patrimonial da Praça do Comércio e do Rossio? Foram consultados?

Seria impossível um cenário destes em Londres, na Trafalgar Square ou em Paris, na Place de la Concorde. Será que a CML já se esqueceu que a Praça do Comércio é a única do país classificada como «Monumento Nacional»? E que a classificação da Baixa está em vias de ser alterada de Imóvel de Interesse Público para Monumento Nacional? As ocupações do espaço público que prejudiquem a visualização integral dos monumentos devem ser proibidas.

É lamentável ver todos os anos a Baixa explorada desta maneira pelas grandes marcas e empresas. E tudo com a aprovação da CML - a mesma que organiza uma exposição que celebra os 250 anos do Plano da Baixa. É frustrante ver o novo executivo da CML a repetir erros de executivos anteriores, num ciclo vicioso que só projecta Lisboa como cidade provinciana, onde a história e o património estão sempre disponíveis, por um preço, em euros.

FOTO: Conto do Natal?! Conto do Vigário!

Wednesday, November 26, 2008

STREETCAR DESIRE...

In Los Angeles, where the car is king, an unlikely mode of public transport is making a comeback: the tram. Following the model set by cities such as Portland (pictured) and Seattle, which have reintroduced trams in recent years to great success, LA is planning to build a 5Km system as part of an overall revitalization of the city’s Broadway commercial corridor. Ironically, before highways crisscrossed southern California, LA had one of the largest tram systems in the world, with 20 lines, nearly 970km of track, and more than 1,200 trams. The system reached its peak in the 1930’s and then faced a losing battle with the car, finally disappearing in 1963.

The big question now is whether Angelenos will want to ditch their cars in favour of something greener.

DING DING – US tram projects:
CINCINNATI: 10-12km loop
COLUMBUS: 4.5km system
ATLANTA: two lines and 16km of track
MIAMI: 16km system that’s part of a 2 billion euro redevelopment project
AUSTIN: 24km linking airport and city
In MONOCLE, Novembro 2008, pág. 38

(esta história parece muito familiar... e também podemos fazer a mesma pergunta que aparece no final do artigo: «Será que os lisboetas irão descartar os seus carros em favor de algo mais verde?» Depois de tantas décadas de investimento na mobilidade centrada nas viaturas de transporte individual...)

Tuesday, November 25, 2008

TMN vai ter de reduzir publicidade natalícia com que ocupou Terreiro do Paço

A Câmara de Lisboa pediu à empresa TMN para reduzir a publicidade natalícia com que ocupou todo o Terreiro do Paço, e que gerou reacções de espanto e indignação entre muitos dos munícipes que por ali pas-
saram ontem. A operadora de tele-
comunicações é uma das patrocina-
doras das iluminações de Natal da cidade, e foi nessa qualidade que encheu o Marquês de Pombal e a Praça do Comércio de totens encimados por megabalões com o símbolo da marca em grandes letras.
Algo que contraria as promessas do presidente da autarquia, que disse que a publicidade dos patrocinadores seria pouco ostensiva. Interrogado ontem sobre o assunto, remeteu a resposta para o seu vice-presidente, que admitiu que, apesar de estar "dentro das regras do concurso" lançado pela autarquia para o efeito, a ocupação da Praça do Comércio se mostra "visivelmente excessiva". O autarca não explicou no entanto se a redução da publicidade será feita por via da diminuição do número de estruturas ou da redução da dimensão de cada uma delas. Nem quais as consequências que a alteração poderá ter no patrocínio da TMN.
"Foi uma nave espacial que apareceu ali e que vai distribuir imensos telemóveis a todos os lisboetas", ironiza a vereadora social-democrata Margarida Saavedra, acrescentando que só assim se justifica semelhante ocupação. O porta-voz da TMN, Francisco Lucena, diz que vão efectivamente ser retirados "alguns pontos de iluminação" da Praça do Comércio, e que a ideia, que funcionava em maquete, teve um efeito diferente quando aplicada à realidade.

In Publico

Tuesday, November 18, 2008

Para quando uma Lisboa sóbria?


Vem isto a propósito dos posts do João Leonardo e do Fernando Jorge, sobre as iluminações da praxe nesta Quadra, sempre rodeadas da polémica da praxe; não tanto em torno da qualidade e estética daquelas, mas das verbas e concursos respectivos, porque tudo nesta terra parece reduzir-se a uma questão de dinheiro. Perdoem-me a franqueza mas a mim o que me importa é se as luzes de Natal em Lisboa são saloias, pirosas ou sóbrias.

É uma questão de opinião, mas os balõezinhos e claves-de-sol coloridos, em regime de pisca-pisca histérico, que pululam ciclicamente por Lisboa, mais os pseudo-laser de pechisbeque e demais 'invenções artísticas' dos 'criativos' indigitados anualmente para o efeito (vá lá que este ano não temos os pastorzinhos nem as ovelhinhas a néon...) e dignas das Blackpool Illuminations; em nada, mas mesmo nada, dignificam esta cidade, que pretendemos seja uma Capital não da parvónia, mas cosmopolita, sóbria e com requinte. O pior é que ela já o foi. Parece que foi sempre assim, mas não foi.


Foto: Paris

Que comércio para a Baixa? (3)

Que comércio para a Baixa? (2)

In Público 15.09.2007
António Sérgio Rosa de Carvalho

«A Baixa pombalina lisboeta e a dinâmica "Chindia"

A Baixa vive no presente uma crise profundíssima, que poderá levar a ser interpretada como "terra de ninguém"


Afinal, qual é a importância da Baixa pombalina para o património mundial, ocidental e europeu? Qual é o seu significado para Portugal, visto precisamente neste vasto contexto da história urbanística e das ideias?
A reacção do Marquês ao cataclismo transporta em si, através de uma estratégia sócio-política e de um método racional, uma vontade de aproveitar este desastre para conceber uma nova sociedade.
A Baixa, apesar da sua unidade tipológica, da sua racionalidade de composição no espaço, da sua estandardização dos métodos de produção, não abdica, através da grande tradição barroca, de um urbanismo monumental e simbólico, bem patente na alternância dos seus espaços públicos, das suas igrejas e praças, culminando este jogo espacial na grande Place Royale, grande espaço institucional, a que se decidiu de forma ilustrativa do projecto político-social chamar de Praça do Comércio.
A Baixa constitui, portanto, um décor de um projecto iluminista de reforma da sociedade, da criação de uma classe mercantilista e de uma dinâmica comparável às sociedades protestantes. A construção do décor cumpriu-se. O projecto sócio-político não.
A Baixa constitui, portanto, um grande monumento urbanístico, técnico, sociológico, e portanto, na perspectiva ocidental, um monumento civilizacional.
Ora, em toda a Europa, nos centros históricos desta importância, é aplicada uma estratégia de planeamento comercial, que determina as características e a qualidade do comércio a instalar por zonas.
A Baixa vive no presente uma crise profundíssima, de uma decadência híbrida, que poderá levar a ser interpretada como "terra de ninguém" pelas dinâmicas expansionistas do comércio global.
A pressão exercida nos pequenos espaços que vão vagando pela dinâmica "Chindia" é tremenda.
Interpretar este desafio numa perspectiva étnica é um absurdo ilustrativo de como algumas manifestações do "politicamente correcto", inibem e toldam o discernimento e a evidência.
Trata-se de determinar se as características de um certo tipo de comércio se enquadram na dimensão cultural e civilizacional de tão importante monumento. Daí a necessidade também de rigor nas actividades a desenvolver na Place Royale que constitui a Praça de Comércio, em virtude da sua carga simbólica e da gravitas que o seu peso institucional e dimensional implicam.
Citando aquilo que já afirmei num artigo anteriormente publicado no PÚBLICO: "A Baixa não é um "bairrozito". Apesar de decadente, é uma city europeia e foi assim que ela foi concebida."
Afinal, os representantes destas duas grandes e antiquíssimas civilizações estão no seu papel nesta nova dinâmica de expansão económica no contexto globalizante. Cabe-nos a nós desempenhar o nosso. Historiador de Arquitectura»

Que comércio para a Baixa? (1)

Que comércio para a Baixa? (1)
Chegado por email:


«Caros Amigos,
Envio-lhes estes dois textos da minha autoria publicados no Público.
Eles ilustram a minha profunda preocupação em relação a este tema, tão importante para aquela que foi e que deveria continuar a ser a nossa zona de excelência no que diz respeito o comércio tradicional.
O "caso" da "Lua de Mel" é apenas mais um exemplo daquilo que está a acontecer todos os dias, de forma progressiva, na Baixa, temendo-se o pior com a Crise que se anuncia.
Basta compararmos a evolução positiva que toda a zona do Largo de S. Carlos, Rua Anchieta até ao Largo de S. Carlos com estabelecimentos como a "Brasserie Austriaca", o "Café do Chiado", a Loja do "EL Caballo" ( etc.)e diga-se de passagem a verdadeira loja de Artigos Turísticos dirigidos ao Turismo Cultural que constitui a Loja da Catarina Portas, com o que está já a contecer com os dois importantes eixos de rota turística que passo a descrever :
- O primeiro trata-se daquele que se inícia na Rua da Conceição (outrora zona consolidada de retrosarias e que já começa a apresentar as suas "brechas" e "rupturas" com a penetração do tipo de Comércio que descrevo nos meus textos ) e que se prolonga através do Largo da Igreja de S. António, passando pela Sé até ao Largo das Portas do Sol. Ora esta zona que tinha uma função de prestigio consolidada com Antiquários e outras lojas de artigos turísticos de qualidade, começa a ver nela instalados estabelecimentos do tipo descritos e carcterizados por mim nos meus textos.
- E que pensar da instalação de uma loja deste tipo num antigo Antiquário em plena Rua D. Pedro V ( Zona con função comercial de prestigio consolidada )entre os Antiquários tal como aconteceu ?
Tudo isto tem uma importância extraordinária para a imagem de Lisboa como produto europeu de Turismo Cultural que tem que ser baseado na Qualidade, Autenticidade e Criatividade !
Isto também ilustra uma ausência total de estratégia por parte da C.M.L. na área do Urbanismo Comercial com consequências graves para a nossa qualidade de vida no quotidiano, para o potencial turístico de Lisboa, dependente de Identidade e Autenticidade, e consequência de indeferença ou de total incompetência por parte da Câmara.
Um Abraço de António Sérgio Rosa de Carvalho
»

Monday, November 17, 2008

Lojas do Chiado alargam horário para o Natal

As lojas da zona do Chiado alargaram o horário de funcionamento até uns dias depois do Natal. O objectivo é dinamizar o comércio. Mas na noite de sábado, ainda eram poucos os clientes às compras.

Mais de uma centena de lojas da zona do Chiado, em Lisboa, decidiu começar a ter as portas abertas por um maior período de tempo. Até ao Natal, aos sábados, passam a fechar às 23 horas. E nos restantes dias (incluindo domingos) fecham às 20 horas. A intenção passa por impulsionar a movimentação na zona e cativar as pessoas para esta zona da cidade tentando, assim, fazer face à dura concorrência das grandes superfícies comerciais da cidade.

Estes novos horários começaram a partir da noite de sábado. Todavia, o JN esteve na zona e constatou que, por volta das 22 horas, apenas cerca de metade das lojas tinham as portas abertas. E nessas não abundava clientela.

"A partir das 21 horas não entrou mais um único cliente aqui na loja", desabafou, ao JN, Susana Gonçalves, uma das responsáveis da loja Stradivarius, na rua do Carmo. Mesmo assim, a comerciante vai continuar a adoptar este novo horário até aos dias de Natal.

"Estou convencida que, para já, as pessoas ainda não têm conhecimento que as lojas fecham mais tarde porque não tem havido grande divulgação", afirmou. Na sua óptica, há ainda outra razão que pode explicar a escassa quantidade de clientes: a badalada crise económica.

A comerciante aproveitou ainda para manifestar uma séria preocupação: a segurança nas ruas. Na sua opinião, as ruas do Chiado sofrem de escassez de policiamento: " Se durante o dia já não sentimos muito segurança, agora à noite é ainda pior - eu estou aqui cheia de medo", confessou.

Entretanto, assinale-se que foi na mesma noite de sábado que se acenderam, pela primeira vez este ano, as iluminações de Natal.

In JN

Saturday, November 15, 2008

Lisboa mergulha na febre do Natal com inauguração da iluminação festiva

It may still be six-and-a-half weeks until Christmas, but in many places, preparations are already starting, such as above at Madrid’s Atocha railway station. But for some, the festive spirit is tempered by other considerations.

The Union of Consumers has written to the mayor of Seville, Alfredo Sánchez, asking him to ensure the city does not allow Christmas street lights to be left on for too long, “with the double objective of reducing CO2 emissions and protecting the economies of Spanish families”.

In INTERNATIONAL HERALD TRIBUNE, 10 de Novembro de 2008

No dia em que os nossos políticos inauguram as iluminações de Natal em Lisboa, fica esta notícia de Espanha para reflexão. As medidas para redução de emissões de CO2 continuam a ser assunto de pouca importância - não iluminam tanto a vaidade política como as preocupações, genuínas, com a conservação e melhoramento do Ambiente da capital.

Wednesday, November 12, 2008

5' em dia, supostamente, por Lisboa (3)


O Sr.Presidente teve também tempo para confirmar, a quem estava atento, aquilo que eu já dissera aqui, ou seja: está completamente confuso sobre o tal de acesso mecânico ao Castelo, desde a colina de São Cristóvão. Ou seja:

Confunde elevador dentro do prédio do final da Rua da Vitória, com escadas rolantes públicas dentro do piso térreo da Rua dos Fanqueiros e do lado de lá, na Rua da Madalena. Idem com o acesso ao longo do edifício do antigo Mercado do Chão do Loureiro. E quão grande é a diferença, santo Deus, além de que só a escolha de escadas rolantes é minimamente credível e fundamentada tecnicamente, e a única suficientemente capaz de ser eficiente e eficaz, que é o que se deseja. Se é para colocar um elevador em cada sítio, mais vale ficar tudo na mesma.

Mais uma vez, nem a mesa nem os organizadores fizeram qualquer pergunta sobre isto. Nem houve intervenção do público.

5' em dia, supostamente, por Lisboa (2)


O Sr. Presidente contradisse-se inequivocamente quanto à suspensão de artigos do PDM para efeitos de Plano de Pormenor da Baixa Pombalina ao deixar escapar que embora sendo a suspensão directamente para 4 projectos «estruturantes» (*) (as aspas são minhas), lá foi adiantando que a suspensão é precisa para ... obras de alterações nos edifícios de modo a que se atraia mais moradores à Baixa, uma vez que a condicionante imposta no PDM - apenas obras de conservação e restauro - não chegam para esse fim. Ou seja, duas consequências: é o começo de obras de alterações 'por dá cá aquele palha' e é o fim de qualquer hipótese (já ténue, diga-se de passagem) de candidatura da Baixa Pombalina à UNESCO. Mas é bom que as coisas sejam claras e que cada qual assuma as suas responsabilidades.

Curioso foi ver que, mais uma vez, nem a mesa nem os organizadores fizeram qualquer pergunta sobre isto. Nem houve intervenção do público.


(*) Abertura dos museus da Moda e do Design (edificio BNU/Rua Augusta); Museu da Moeda (Igreja de São Julião e edifício contíguo, ambos do Banco de Portugal); acesso mecânico ao Castelo; e demolição de anexos ilegais no Quartel do Carmo.

5' em dia, supostamente, por Lisboa (1)


«diagonal | s. f. | adj. 2 gén.
do Lat. diagonale < Gr. diá, através + gonia, ângulo
s. f.,
segmento de recta que, num polígono ou poliedro, une vértices de ângulos não situados sobre o mesmo lado ou sobre a mesma face;
direcção oblíqua;
adj. 2 gén.,
oblíquo».

Em vez da Circular das Colinas, vem aí a 'Diagonal Nascente-Poente'. Foi o Sr. Presidente que o anunciou ontem, no São Luiz, em mais uma jornada por A.Costa, perdão, por Lisboa. E disse mais:

Disse que, aproveitando o túnel do Marquês que já lá está [mas o PS não era, e bem, contra o túnel?], e uma vez que a Circular das Colinas foi liminarmente vetada pela AML, há a possibilidade de construir uma diagonal, passando pela Av. Duque de Loulé [túnel?], passando pelos edifícios desactivados do Arquivo de Identificação de Lisboa [partindo edifícios? em túnel?], e pelos terrenos do D.Estefânia [esventrando os jardins? partindo pavilhões? A CML já se pronunciou sobre a desafectação do D.Estefânia, como devia? ou faz figura de corpo presente?], também em vias de ser desactivado, e abrir uma diagonal nascente-poente que leve os carros do Marquês ao Alto de São João [suponho que por via da construção de túnel no final da Pascoal de Melo?].

Curioso foi ver que nem a mesa nem os organizadores fizeram qualquer pergunta sobre isto. Nem houve intervenção do público.

Tuesday, November 11, 2008

"UM DIA POR LISBOA - Fazer e não fazer" - A Baixa e o Chiado


A Baixa e o Chiado

Jardim de Inverno do Teatro São Luíz, 11 de Novembro, 18h-24h

(mais) uma sessão cívica "UM DIA POR LISBOA – Fazer e não fazer"

No dia 11 de Novembro, no Jardim de Inverno do Teatro São Luíz, vai realizar-se a quarta sessão de expressão de cidadania organizada pelo grupo "Um Dia Por Lisboa".

Com entrada livre a sessão vai decorrer desde as 18h as 24h. Mais uma vez, convidamos vários cidadãos, entre eles alguns peritos, para virem falar sobre o que SE DEVE FAZER, e o que consideram que absolutamente NÃO SE DEVE FAZER, desta vez sobre a Baixa e o Chiado expectativas de importantes investimentos públicos, de pressões imobiliárias de índole desconhecida. Cada convidado terá dez minutos para fazer a sua declaração, e após cada bloco de declarações desenvolver-se-á um pequeno debate, com a participação do público. As diferentes intervenções serão balizadas por três grandes questões:

1. Que papel queremos para a Baixa-Chiado, qual a mistura ideal de moradores, turistas, comércio, hotelaria, serviços e animação? E para o Terreiro do Paço em particular?

2. Que concessões estamos dispostos a fazer para concretizar essa visão?(demolição de edifícios, fecho de ruas ao trânsito, alterações de uso)

3. Aquilo que se deve fazer e o que não se deve deixar fazer na Baixa?

O programa da sessão é o seguinte:

18h00 - Projectos previstos para a Baixa

18.30h - Passear & Comprar

19.30h - Trabalhar & Habitar

20.30h - Imaginar

21.30h - Ponto de situação relativa à Zona Ribeirinha de Lisboa

22.00h -Governar & Planear

João Biencard Cruz, Sociedade Frente Tejo, articulação do Terreiro do Paço com a zona ribeirinha

Manuel Salgado, Vereador CML, os planos e expectativas da CML

António Manuel, Presidente da Junta Freguesia S. Nicolau, expectativas dos moradores

Luis Patrão*, Presidente Instituto de Turismo de Portugal, o papel da Baixa para o turismo de Lisboa

Elísio Summavielle, Presidente IGESPAR (*a confirmar)

ENTRADA LIVRE

Foto: dois exemplos do que NÃO se deve fazer na Baixa - alterações caóticas de coberturas (Rua da Alfândega e Rossio)!

Monday, November 10, 2008

«Bicycle-sharing changing the face of Europe»

in INTERNATIONAL HERALD TRIBUNE, 9-11-2008
Barcelona: In increasingly green-conscious Europe, there are said to be only two kinds of mayors: those who have a bicycle-sharing program and those who want one.

Over the past several years, the programs have sprung up and taken off in dozens of cities, on a scale no one had thought possible and in places where bicycling had never been popular.

The sharing plans include not just Paris's Vélib', with its 20,000 bicycles, but also wildly popular programs with thousands of bicycles in major cities like Barcelona and Lyon. Programs operate in Pamplona, Spain; Rennes, France; and Düsseldorf. Even Rome, whose narrow, cobbled streets and chaotic traffic would seem unsuited to pedaling, recently started a small trial program, Roma-n-Bici, which it plans to expand soon.

For mayors looking to ease congestion and prove their environmental bona fides, bike-sharing has provided a simple solution: For the price of a bus, they get a fleet of bicycles, and they can avoid years of construction and the approvals required for a subway. For riders, joining means cut-rate transportation - as well as a chance to contribute to the planet's well-being.

The new systems are successful in part because they blanket cities with huge numbers of available bikes, but the real linchpin is technology. Aided by electronic smart cards and computerized bike stands, riders can pick up and drop off bicycles in seconds at hundreds of locations, their payments deducted from bank accounts.

"As some cities have done it, others are realizing they can do it, too," said Paul DeMaio, founder of MetroBike, a U.S.-based bike-sharing consultant that tracks programs worldwide. "There is an incredible trajectory."

The huge new European bicycle-sharing networks function less as recreation and more as low-cost, alternative public transportation. Most programs (though not Paris's and Lyon's) exclude tourists and day-trippers.

Here in Barcelona, streets during rush hour are lined with commuters and errand-goers on the bright red bicycles of Bicing, the city's 18-month-old bike-sharing program. Bicing offers 6,000 bicycles from 375 stands scattered every few blocks; all the bikes seem to be in nearly constant motion.

"I use it every day to commute - everyone uses it," said Andre Borao, 44, an entrepreneur in a gray suit with an orange tie, as he prepared to ride home for lunch. "It's convenient, and I like the perspective of moving through the streets."

The expanding program in Barcelona is typical of so-called third-generation programs that rely heavily on technology. (In its first generation, bike-sharing involved scattering old bikes around the streets of Copenhagen, where they could be used for free; second-generation programs accepted coins.)

Here, customers buy a yearly membership for about $30 and get a smart card that allows them to release a bike from a mechanized dock. The first 30 minutes are free, with a charge thereafter of 30 cents for each half-hour. Bikes must be returned within two hours, or members face smart-card deactivation, but they can be returned to any bike rack in the network.
Programs in Germany and Austria tend to work on a different system: Members receive cellphone text messages providing codes to unlock the bikes.

Cities like Copenhagen and Amsterdam have long been home to devoted bicycling commuters. But the new programs have created the greatest transportation revolution in central and southern Europe, where warmer climates allow riders to move about comfortably year-round. The shared bicycles in Barcelona, Lyon and Paris are heavily used - logging about 10 rides a day, according to officials in those cities.

In North America, issues like insurance liability, a stronger car culture, longer commutes and a preference for wearing helmets have slowed adoption of bicycle-sharing programs. None of the European programs mandate helmets. Still, Washington and Montreal are experimenting with small projects, and Chicago, Boston and New York are studying options.

Perhaps the best indication that bicycle-sharing has arrived is this: Shanghai, which 10 years ago was trying to eliminate bicycles from some of its boulevards to make way for cars, last month opened a pilot bike-sharing stand.

In most European cities, advertisers have been given contracts to set up and maintain bicycle-sharing programs in exchange for the rights to sell ads on city-owned space, like bus stations. "We provide a turn-key program," said Martina Schmidt, bike-sharing director of Clear Channel Outdoors, which now runs programs in 13 European cities and recently started its first American program, the one in Washington. "We give the city what they're looking for, and they give us space to sell."

Here in Barcelona, the Bicing program has had its glitches, reflecting, in part, its unexpected popularity.

On Barcelona's outskirts, users complain that bicycle stations (with up to 36 bikes) can run out toward the end of the morning rush hour, leaving customers temporarily stranded. Likewise, docking sites in central Barcelona are sometimes full, so riders have to search for parking. Car owners complain about the removal of parking spots to accommodate new bike lanes; the city has about 130 kilometers, or 80 miles, of lanes, a number that has rapidly expanded in the past two years.

Barcelona's central business district is in a geographic bowl compared with most residential neighborhoods, so while many people want to ride there to work, fewer want to ride a bike home. Directed by controllers at a command station, Bicing's 100 employees use trucks to rebalance the system, taking bikes to where they are needed. City officials seem a bit overwhelmed.

"For the moment, it will not grow anymore," said Ramón Ferreiro, an official with Bicing. "We now have to consolidate and start working so that maintenance is adequate, and improve the system at all levels."

Even with the growing pains, José Monllor, a graduate student, says he now rides to class instead of driving his car. "It stays in the parking lot," he said of his car. "It's stupid to drive."
The actual impact of bike-sharing on traffic or emissions is difficult to quantify because converts include people like Monllor, who would have driven, as well as those who would have taken public transportation.

Officials in Lyon, the first city to institute a massive technology-driven bike program, estimate that bike-sharing has cut carbon dioxide emissions by up to 8,000 tons since its inception in 2005. But more than that, they say, it has changed the face of the city.

"The critical mass of bikes on the road has pacified traffic," said Gilles Vesco, deputy mayor in charge of Lyon's program. "Now, the street belongs to everybody, and needs to be better shared. It has become a more convivial public space."

Sunday, November 9, 2008

ORÇAMENTO PARTICIPATIVO - 2ª fase: VOTE!

Começou hoje, dia 8 de Novembro, a 2ª fase do processo do Orçamento Participativo em Lisboa. As mais de 600 propostas apresentadas na 1ª fase já foram analisadas pela CML.

Solicitamos agora, até ao dia 14 de Novembro, que consultem as propostas seleccionadas, e votem nas três que gostariam de ver inscritas no Plano de Actividades da CML para o ano de 2009.

Para tal, basta aceder ao sítio do Orçamento Participativo - www.cm-lisboa.pt/op - com a sua palavra-chave. Para votar é necessário proceder previamente ao registo. Trata-se de uma operação que demora apenas 1 minuto. Se já se registou na 1ª fase, não necessita de voltar a fazê-lo. Até ao dia 14 de Novembro, será possível o registo no sítio do Orçamento Participativo e concretizar a votação on-line.

Os projectos mais votados nesta 2ª fase serão integrados no orçamento municipal até ao valor de 5 milhões de euros, montante definido pela Câmara para afectar ao orçamento participativo.

Para poder votar, seleccione a área ou as áreas que pretende e vote nos projectos que lhe são apresentados. Pode votar num máximo de três projectos, por ordem de prioridade (de 1 a 3, sendo 1 o mais importante), desde que a soma dos projectos não exceda o valor máximo de 5 milhões de euros.

Há cerca de 80 projectos para escolher, divididos da seguinte maneira pelas três áreas de intervenção mais pontuadas na 1ª fase do Orçamento Participativo:

Espaço Público e Espaço Verde: 61 projectos

Infraestruturas Viárias, Trânsito e Estacionamento: 24 projectos

Urbanismo e Reabilitação Urbana: 3 projectos

Para a área urbana da Baixa existem alguns projectos como por exemplo, «Arborização do Terreiro do Paço» e a «Repavimentação da Zona da Baixa antiga de Lisboa, Rua do Ouro, até Rua dos Fanqueiros».

Participe e reencaminhe esta informação para todos os possíveis interessados neste processo.

FOTO: Largo da Boa Hora, um dos largos à muito tempo raptados pelo estacionamento automóvel. A proposta apresentada pelo Fórum Cidadania LX «Retirar Estacionamento Automóvel dos Espaços Singulares Praças e Largos» foi uma das ideias seleccionadas pela CML.

Saturday, November 8, 2008

Estacionamento VIP: Rua dos Fanqueiros

Only Very Important People can park exactly where they want!
Rua dos Fanqueiros, em frente à Pollux, junto a uma passadeira...

Thursday, November 6, 2008

Lojas no Chiado são as mais caras e custam 1.200 euros/m²

21ª localização de comércio de rua mais dispendiosa da Europa
O Chiado é a localização de comércio de rua mais cara de Lisboa com uma renda anual de 1.200 euros por metro quadrado (m²) registado no segundo trimestre deste ano, e que representa um crescimento de 17,6% face a igual período do ano anterior, de acordo com a Jones Lang LaSalle.

«Este crescimento impulsionou a localização a posicionar-se à frente da Avenida da Liberdade, que é actualmente a segunda mais cara do país, com rendas prime de 900 euros/m²/ano, cerca de menos 11,8% do que no 2º trimestre de 2007. Comparativamente aos outros países analisados (num total de 25) e tendo em conta apenas a localização mais cara de cada um dos países, Portugal posiciona-se na 21ª posição.

De acordo com a directora de Retail Leasing da Jones Lang LaSalle em Portugal), Patrícia Araújo, «sente-se um interesse crescente por parte dos retalhistas no comércio de rua, principalmente no Chiado e na Avenida da Liberdade. No entanto, a oferta ainda não está inteiramente adequada à procura, uma vez que os espaços disponíveis são, na sua maioria, muito pequenos e nem sempre oferecem as melhores condições em termos de layout por não permitirem o nível de exposição exigido actualmente pelos lojistas».

A nível europeu, Moscovo, Paris, Londres e Dublin têm as localizações de comércio de rua mais caras da Europa.

Moscovo integra três das cinco localizações de comércio de rua mais caras na Europa (em termos de valores de arrendamento), nomeadamente Stoleshnikov Lane, ruas Petrovka e Tverskaya. Os Champs Elysees (7.360 euros/m²/ano), em Paris, mantêm-se como a localização de comércio de rua mais cara da Europa, seguida pela Stoleshnikov Lane na Rússia (7.035 euros/m²/ano) e pela New Bond Street em Londres (6.762 euros/m²/ano).

O Head do European Retail Agency da Jones Lang LaSalle, James Dolphin, comenta: «As ruas comerciais prime da Europa tiveram um desempenho consistente ao longo do último ano e, em alguns casos, prosperaram, apesar da turbulência nos mercados financeiros e da pressão sobre o consumo privado. Em geral, prevê-se que as rendas prime permaneçam estáveis em toda a região à medida que o fraco crescimento do consumo privado seja compensado pelo fortalecimento da procura de espaços nas melhores localizações».

Saturday, November 1, 2008

O curto ciclo de vida da iluminação pública na Praça do Comércio




A falta de manutenção dos focos de iluminação encastrados no pavimento da Praça do Comércio é chocante. Este tipo de iluminação pública foi especialmente desenhada nas últimas obras de remodelação. O projecto de iluminação foi assinado por um dos melhores profissionais do país (Maria João Pinto Coelho) mas como é hábito, a nossa crónica falta de manutenção levou a isto...
Um grande número destes focos encastrados não está a funcionar. Estas imagens mostram a extrema degradação de alguns exemplares. Há vários anos que estão assim. E apesar da iniciativa municipal «Aos Domingos o Terreiro do Paço é das Pessoas» já ter celebrado o seu primeiro aniversário, ninguém ainda se preocupou (ou reparou) em repôr estes equipamentos.

Merece destaque o foco na esquina da Praça do Comércio com a Rua da Prata (junto do Café Martinho da Arcada). Depois de se ter partido, foi tapado (pela CML? Junta de Freguesia?) com uma tampa de metal feita apartir de um velho sinal vertical de trânsito (de uma passadeira!). Está assim há vários anos. Na Praça do Comércio, a poucos metros dos Paços do Conselho.

Mas não são apenas estes focos que já não funcionam; só na balaustrada dos edifícios da Praça do Comércio há mais de 50 sem funcionar. Os grupos escultóricos nos torreões, estão na mesma miséria.

A CML já foi alertada para este problema.

FOTO: o curto ciclo de vida de um foco na Praça do Comércio: 1-normal; 2-destruído; 3-«agora só na próxima mega-empreitada de remodelação da praça!»