Pode ler-se no documento estratégico da Parque Expo, sobre a Frente Ribeirinha:
«Estabelecer uma ligação por elevador entre o Largo do Corpo Santo e o impasse à Rua dos Braganças /Rua Victor Cordon, ligando e articulando, também, equipamentos culturais relevantes.»
Ora, o caricato é que até à década de 20 (segundo relatos de Raúl Proença, no volume dedicado a Lisboa, nos incontornáveeis «Guias de Portugal») existiu o ascensor de São Julião, também conhecido por Elevador do Largo da Biblioteca (hoje Lg. Academia de Belas-Artes), funcionando até 1915. Era de um engenheiro afamado, o mesmo do Elevador de Santa Justa. No entanto, o mesmo progresso que o quer recolocar hoje (se bem que, esquisito, desde o Corpo Santo) ... desmantelou-o. Talvez fosse boa ideia reerguê-lo. Eis o que dele se conta nos arquivos da CML:
«Elevador de São Julião
Localização: Largo de S. Julião/Largo das Belas Artes
Autoria: Raoul Mesnier de Ponsard
Inauguração: 12 de Janeiro de 1897
O elevador do Município, também conhecido como elevador da Biblioteca ou elevador de S. Julião, foi o sétimo elevador a ser construído em Lisboa. A entrada fazia-se pela porta de uma residência particular, o n.º 13 de Largo de S. Julião, e a saída fazia-se igualmente por outra residência particular, pelo terraço do Palácio do Visconde de Coruche, no então Largo da Biblioteca. Funcionou até 1915.
Este elevador ficou ligado à intentona de 28 de Janeiro de 1908, conhecida como Golpe do Elevador da Biblioteca, em que conspiravam carbonários, republicanos e dissidentes progressistas. Foram presos António José de Almeida, Afonso Costa, Álvaro Poppe e mais suspeitos, num total de noventa e três conspiradores.»
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