Exactamente 20 depois do INCÊNDIO DO CHIADO é assim que está a ligação pedonal entre o Largo do Carmo e o terraço panorâmico do Elevador de Santa Justa. Um verdadeiro cenário de desleixo, desmazelo, lixo e degradação. Tudo rematado com o já habitual estacionamento selvagem. Seria impossível, se não fosse Lisboa.
No dia do 20º aniversário, a reconstrução da zona sinistrada ainda não está terminada. Para além da zona envolvente às ruínas do Carmo, devemos também recordar outro caso, igualmente chocante, mas em plena Baixa: o edifício "Palmeiras" na Rua do Crucifixo.
Propriedade da CML, este imóvel destruído pelo incêndio de 1988, ainda não foi reabilitado/reconstruído. Como nunca mais se decidem com o uso a dar - cada cabeça que entrou na CML desde 1988 tem uma ideia diferente para o imóvel - 20 anos depois ainda lá está a ruína chamuscada (com um restaurante ainda a funcionar no R/C!).
Veremos se o recente protocolo entre a CML e a GNR vai de facto permitir a concretização da ligação pedonal entre o Chiado e o Largo do Carmo. Já nos foi prometido que dentro de um ano e meio poderemos "usufruir de uma das mais deslumbrantes vistas sobre a colina do Castelo a partir de uma área de lazer, com jardim e esplanadas". A Câmara Municipal de Lisboa propõe construir jardins em terraços nas traseiras do Quartel, os já apelidados "Terraços do Carmo". Todo este civilizado percurso pedonal que ligará as principais ruas do Chiado ao Largo do Carmo vai ser projectado pelo arquitecto Siza Viera. O custo total da obra está estimado em 2 milhões e meio de euros, verbas candidatadas ao Instituto do Turismo.
Mas no entretanto, teremos de aguentar, no mínimo, mais um ano e meio deste cenário. Se dúvidas houvessem sobre a importância que a cidade dá à circulação pedonal e ao centro histórico, este seria um bom local para voltar a cair na realidade.
Quanto ao futuro do edifício "Palmeiras", ainda nada foi anunciado pelo actual Pelouro do Urbanismo.
No comments:
Post a Comment