De há uns anos a esta parte, quantas vezes não ouvi já a canção do bandido? A Baixa assim, a Baixa assado. O Terreiro do Paço para cá. O Terreiro do Paço para lá. Vem um e fala de animar o Terreiro do Paço. Vem outro e fala de revitalizar a Praça do Comércio. Vem um e manda umas bocas. Vem outro e promete uns hotéis. Vem um e diz que vende. Vem outro e diz que reabilita. Vem um e diz que vai fazer e que o outro só prometeu. Vem outro e diz que o Terreiro do Paço é do Povo.
Acho que todos têm razão.
É preciso fazer isso tudo.
Há aí alguém para ao menos começar?
Ou fica tudo pelos planos, projectos, promessas, publicações em «Boletim Municipal» e em «Diário da República»?
Antes foi a vez de Santana.
O entusiasmo e a aparente vontade de fazer são os mesmos. Semelhantes até na entoação emocional. Cada qual com seu ritmo cardíaco, mas ambos decididos a mostrar que agora é que é.
Mas digo do meu lado que, se desta vez também é tudo para as calendas gregas - lá para 2010, ou seja, para depois das eleições de 5 de Outubro de 2009 - então esse filme eu já vi. É um filme cheio de ilusionismo. Assim, não. Mesmo não.
Assim, não, obrigado.
1 comment:
Parabéns pelo vosso projecto. Gostei muito de ler o que JCM escreveu. Ele toca num aspecto odioso, recorrente e esgotado do discurso institucional português: a incúria.
Cumpts
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