Friday, May 22, 2009

Mercado de artesanato da Rua Augusta "extinto" por "colidir" com actividades do MUDE

In Lusa

«O mercado de artesanato da Rua Augusta, em Lisboa, foi hoje "extinto por notificação da Câmara de Lisboa" por a actividade "colidir" com a agenda do novo Museu do Design, disse à Lusa fonte próxima dos artesãos.

Segundo Joana Cordeiro, familiar de um dos doze artesãos que têm bancas junto ao Arco da Rua Augusta, a primeira referência ao encerramento das vendas foi feita na terça-feira, durante uma reunião com serviços camarários.

"Foi a primeira vez que ouvimos falar nisto. Na quarta-feira à tarde já recebemos uma notificação a dizer que a partir de hoje o mercado estava extinto definitivamente, portanto, num prazo de 24 horas", contou, adiantando que a justificação se prendia com a abertura, na sexta-feira, do Museu do Design e da Moda (MUDE), na mesma rua.

"Hoje tivemos direito a uma audiência com a vereadora do Abastecimento e foi-nos dito que as actividades não se coadunam com a agenda do MUDE", explicou.

Joana Cordeiro disse que a autarquia propôs alternativas - a Praça da Figueira, o Parque Eduardo VII e o Cais do Sodré -, mas as propostas não satisfazem os artesãos, já que essas zonas não têm ambientes adequados para acolher um mercado que é há anos uma imagem de marca da Rua Augusta.

Os artesãos já não montaram as suas bancas hoje e temem que não haja solução para as suas vendas: "as consequências são gravíssimas. São doze famílias que ficam em dificuldades".

"O MUDE fez uma conferência de imprensa a manifestar a sua intenção de dinamizar a cidade e a única dinâmica inicial é o desemprego. A vereadora disse hoje que o mercado da Rua Augusta acabou", contou Joana Cordeiro.

A Lusa procurou contactar a vereadora responsável pelo Abastecimento, Ana Sara Brito, e o director do mesmo departamento, João Rodrigues, o que não foi possível até ao momento.

ROC.
Fonte: Agência LUSA»

Bom, perdoem-me a franqueza, mas parece-me que só por isto já valeu a pena o tal de MUDE. Aquele artesanato que ali andou anos a fio, além de não o ser (artesanato), era impróprio (qualquer vilória francesa ou italiana tem melhor "mercado" que aquele) para aquele espaço nobre da cidade, que se chama Rua Augusta.

1 comment:

Maxwell said...

Deixo aqui o mesmo comentário que deixei em Cidadania LX:

De facto sou da opinião que aquelas 'artesãos' ali ficassem. Quer dizer, pelo menos esses nunca me incomudaram ao contrário, por exemplo, das esplanadas no meio da rua ou d'os vendedores de ervas aromaticas dizendo que é droga. Esses sim são inconvenientes que deveriam ser extintos. Por acaso até aprecio imenso aquelas pinturas e caricaturas que estavam a venda na Rua Augusta.