Depois de muitas décadas a permitir que os cidadãos estacionem gratuitamente e livremente à porta de suas casas, é muito difícil alterar este comportamento. Claro que não é impossível, mas exige muita coragem política. Tanto no exemplo de Estremoz como no de Lisboa, enquanto as Câmaras fecharem os olhos ao estacionamento selvagem nos arruamentos em redor dos novos parques, nada irá mudar. Porque razão os novos parques não são acompanhados de obras de reperfilamento das ruas com a natural supressão de lugares de estacionamento em benefício dos peões (e TODOS somos peões)? Porque razão não se alargam passeios e instalam pilaretes de protecção dos canais pedonais?
Este mau comportamento - porque insustentável - criou raízes profundas graças à falta de planeamento, de visão estratégica dos sucessivos governos e municípios. Agora estão reféns de milhões de eleitores que não querem alterar um modelo de mobilidade, um estilo de vida, centrado na sua viatura de transporte privado. Governos e municípios andam a gastar milhões de euros para ter parques de estacionamento vazios e as ruas cada vez mais congestionadas com carros.
E querem apostar que o novo Parque de estacionamento da EMEL, no antigo mercado do Chão do Loureiro, irá sofrer do mesmo mal do seu irmão mais velho das Portas do Sol?
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