In Jornal de Notícias (13/7/2010)
Cristiano Pereira
«Um grupo de cidadãos tem manifestado o seu descontentamento com o tipo de candeeiros novos que foram colocados no Terreiro do Paço, em Lisboa. Critica-se o uso de candeeiros de traço moderno e questiona-se sobre o destino dado aos candeeiros de época.
Estão lá há pouco mais de uma semana mas não estão a ser bem recebidos pela população e até já há quem lhes chame, em tom de gozo, os “periscópios”. Os novos candeeiros públicos do Terreiro do Paço são uma espécie de cilindro metálico de traço minimal e moderno que, na óptica de Paulo Ferrero, do Movimento Fórum Cidadania Lisboa, “são um exemplo de mau gosto”.
O grupo de cidadãos acabou de enviar uma carta à autarquia na qual vincam o seu desacordo perante a medida da Câmara em “marcar uma praça barroca com o traço da contemporaneidade como se de nova zona urbana da cidade se tratasse”.
Paulo Ferrero admitiu ao JN que o novo Terreiro do Paço “está muito melhor do que estava” antes das obras de requalificação, mas sublinha que urge corrigir aquilo que, na carta à autarquia, é designado por “erro patrimonial”. O grupo de cidadãos sublinha ainda que não é a primeira vez que este executivo comete este erro, relembrando “experiências medíocres verificadas na Praça da Figueira ou no Campo Pequeno”.
“Não conseguimos compreender como é que a CML continua a abater os candeeiros de época, na sua maioria do século XIX”, questionam, criticando “a prática de aquisições de exemplares esteticamente dissonantes sempre que se leva a cabo uma operação de requalificação do espaço público”.
Contactada pelo JN, a Câmara remeteu esclarecimentos para a Sociedade Frente Tejo que, por sua vez, desvalorizou as críticas. “Eles são contra o Terreiro do Paço”, disse, impaciente, Maria João Rocha, do departamento de Comunicação da Sociedade Frente Tejo, lembrando “que os projectos foram aprovados em discussão pública”.»
Tuesday, July 13, 2010
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