Monday, September 9, 2013

QUANDO NÃO HÁ URBANISMO COMERCIAL: Rua da Conceição

Ora aqui temos dois exemplos, lado a lado, bem paradigmáticos do que se está a passar na Baixa na área do "Urbanismo Comercial", ou melhor dizendo, da aparente TOTAL FALTA de critérios por parte da CML, Pelouro do Arq. Manuel Salgado.
 
Do lado esquerdo temos uma antiga retrosaria, com uma bela frente de loja protegida no PDM (Carta Municipal do Património) que foi tomada pelo negócio dos souvenirs do tipo tralha para turismo de massas. A frente da loja está completamente obstruída com os produtos "lixo" que lá se vendem. A CML deu licença (ou será ilegal?) e obviamente não fiscaliza ou não quer saber se uma loja com estatuto de protecção no PDM está comprometida ou não enquanto bem cultural.
 
Já do lado direito vemos um bom exemplo de antigo espaço comercial (era a retrosaria "Midões") remodelado para receber um novo projecto comercial. Para os mais saudosistas pode parecer uma metamorfose radical; mas na verdade, e face aos terríveis exemplos de total destruição que abundam em Lisboa, esta adaptação foi feita com uma certa sensibilidade e cuidado - porque ainda sobrevivem aquelas características essenciais do anterior estabelecimento, principalmente a frente da loja. A memória da história anterior ainda se consegue ler. Já no desastroso exemplo ao lado - já nada é legível, para além de um caos de cores e materiais que apenas contribuem para desqualificar e poluir a BAIXA.
 
Que grande injustiça que é, constatar que a CML tem dois pesos e duas medidas para o mesmo assunto. Porque por toda a BAIXA assistimos a estes dois movimentos contraditórios: de um lado novos empresários que investem na qualidade e mostram entender e apreciar o património, e do outro uma série do tipo avalanche, que destrói de forma inconsciente, e sem qualquer penalização, esse mesmo património.

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