Saldos e livros antigos vão ser as novidades a apresentar aos clientes. Sá da Costa, também no Chiado, vai regressar à traça dos anos 40
Longe de fechar as portas, como há vários anos se diz estar prestes a acontecer devido a dificuldades financeiras, a livraria Buchholz da Rua Duque de Palmela, em Lisboa, vai tornar-se menos elitista e abrir novas lojas.A segunda Buchholz será inaugurada já no mês que vem no Largo Rafael Bordalo Pinheiro, na mesma altura em que ficarão prontas as obras a decorrer na livraria Sá da Costa, também no Chiado. Está prevista uma terceira livraria em Lisboa e outras no resto do país. Como centro universitário, Aveiro é uma hipótese que está a ser ponderada.
Juntamente com a editora Portugália, a Sá da Costa e a Buchholz ganharam novo fôlego com a sua transformação num novo grupo editorial e livreiro integrado na Fundação Agostinho Fernandes. Céu Guarda, a porta-voz do grupo, explica que tanto a loja da Duque de Palmela como a do Chiado vão ter, além dos livros estrangeiros especializados, saldos permanentes e livros antigos. A ideia é abrir a Buchholz a todos os públicos, tornando-a "um espaço mais apelativo" e "democratizando a venda dos livros". No Largo Rafael Bordalo Pinheiro está mesmo a ser criado um espaço infantil num pátio, "aproveitando a linha pombalina", onde os pais podem deixar os filhos. Já as obras em curso na Sá da Costa, na Rua Garrett, visam restituir ao estabelecimento a sua traça original dos anos 40.
A Buchholz da Duque de Palmela foi, nos anos 60, um espaço de tertúlia cultural e artística de Lisboa. A Portugália Editora surgiu na II Guerra pela mão de Agostinho Fernandes e ao longo dos anos teve como directores editoriais João Gaspar Simões e Jorge de Sena. Actualmente, o director editorial é Dinis Nazareth Fernandes, neto de Agostinho Fernandes.
Vão agora, nas palavras de Céu Guarda, "renascer das cinzas". Entre os autores que a Portugália Editora publicou contam-se José Gomes Ferreira, Irene Lisboa, Virgílio Ferreira, Manuel da Fonseca, Herberto Hélder, Sophia de Mello Breyner Andresen e Trindade Coelho.
Também no Chiado, na Rua da Misericórdia, a livraria da editora Guimarães, que publica Agustina Bessa-Luís, foi recentemente recuperada pelo seu novo proprietário, o ex-administrador do BCP Paulo Teixeira Pinto.
in publico
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