«“Agora é que ninguém vem cá comprar nada”. Todos os dias de manhã, Alberto Sampaio ouve as notícias na rádio enquanto faz a barba. Há vinte anos, a 25 de Agosto, falhou a rotina. Veio para Lisboa, no comboio de Cascais, e mal saiu no Cais do Sodré foi salpicado com água preta na camisa. Quando olhou para cima, para a cidade, percebeu o que metade do país já sabia: o Chiado estava a arder. E bem junto à zona onde trabalhava – na Joalharia do Carmo. “Passei a manhã sentado em frente da loja até abri-la da parte da tarde”, conta o comerciante de 66 anos. “Não apareceu nenhum"».
Fazia-se assim notícia no Diário Económico em Agosto passado, aquando da triste efeméride do último incêndio do Chiado. Parece mentira que assim seja porque esta joalharia é dos maiores achados lisboetas em matéria de filigrana, feita à mão, claro. Além do mais, é um belíssima loja, por dentro e por fora. De montra sem cuidada e montada com bom gosto.
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