Friday, August 13, 2010

Novo pavimento vai absorver ruído do trânsito da Baixa

In Diário de Notícias (1378/2010)
por DANIEL LAM


«Alterações ao esquema de circulação entram em vigor em Setembro com um sistema de semaforização que impõe um limite de velocidade de 40 quilómetros por hora.

A zona da Baixa pombalina não consegue, para já, livrar-se de mais tráfego automóvel, mas vai receber um conjunto de medidas para minimizar os efeitos nefastos produzidos pelo trânsito, principalmente a poluição do ar e o ruído. Entre essas soluções contam-se novos autocarros mais amigos do ambiente, um tipo de pavimento que absorve o ruído e um sistema de funcionamento dos semáforos para levar os automobilistas a praticar uma condução mais ecológica, revelou ao DN o vereador da Mobilidade da Câmara de Lisboa, Fernando Nunes da Silva.

"Não é possível reduzir mais tráfego na zona sem matar a Baixa", confessou o autarca, anunciando que o novo plano de circulação de tráfego para a frente ribeirinha e Baixa pombalina, entre Santa Apolónia e o Cais do Sodré, começa a ser implementado já em Setembro, com um "sistema de semaforização diferente".

Segundo explicou, o sistema tem uma valência que mede a velocidade de circulação dos veículos, passando o semáforo para vermelho se ultrapassar o limite de 40 quilómetros por hora. O objectivo é levar os automobilistas a conduzir a uma velocidade constante até aos 40 quilómetros por hora, o que permite reduzir o ruído e a emissão de gases poluentes.

No fundo, é um sistema semafórico semelhante ao que está instalado na Estrada Marginal, ao longo da costa do Estoril.

O vereador esclareceu que, se os condutores cumprirem esse limite de velocidade, "conseguem atravessar toda a Baixa sempre com os semáforos todos verdes sem terem de parar em nenhum".

Salientou que "as emissões de gases poluentes aumentam muito com o pára-arranca dos veículos".

O autarca adiantou que a empresa Carris "vai fazer um esforço para substituir os autocarros que passam pela Baixa por outros veículos híbridos, que são muito mais silenciosos e produzem menos gases poluentes do que as viaturas actuais".

A título de exemplo, Fernando Nunes da Silva referiu que "basta passarem dez autocarros - dos actuais - por hora numa rua para serem ultrapassados os limites de poluição e ruído admissíveis em zonas residenciais".

Outra medida prevista consiste na colocação de pavimento absorvente de ruído nas ruas do Ouro e da Prata, as artérias da Baixa onde se regista mais tráfego. Esta solução, mais complicada de executar, não será realizada este ano, desconhecendo-se ainda quando se tornará realidade.

Além destas medidas, que minimizarão os incómodos para quem reside na Baixa, o vereador da Mobilidade defende que "os primeiros pisos dos edifícios só devem ter utilização comercial, destinando--se os andares superiores para habitação, pois ficarão sujeitos a níveis de ruído muito mais baixos".

Ainda no que se refere à habitação, o autarca considera que "é necessário melhorar as condições de isolamento acústico dos edifícios, nomeadamente com a instalação de janelas de vidro duplo".

Fernando Nunes da Silva recorda que o tráfego rodoviário na Baixa "reduziu quase 45% nos últimos dois anos e estabilizou. Ali já só circula o trânsito necessário ao funcionamento da Baixa. Tudo o que era para sair já saiu".»

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