In Público (2/4/2009) Ana Henriques
«Arquitecto responsável pela remodelação da Praça do Comércio apresentou ontem os seus planos à Câmara de Lisboa. Não haverá calçada portuguesa no terreiro
É um Terreiro do Paço dividido ao meio por um corredor entre o arco da Rua Augusta e o rio aquele que o arquitecto responsável pela remodelação da praça, Bruno Soares, ontem apresentou à Câmara de Lisboa.
O também autor do Plano Director Municipal de Lisboa não falou com os jornalistas, nem lhes facultou a apresentação em Powerpoint das transformações que pretende levar a cabo. Mas pelas explicações dadas pelos autarcas à comunicação social percebe-se que abdicou de soluções mais tradicionais, como a calçada portuguesa. Bruno Soares optou por um pavimento amarelo-ocre onde surgem alguns losangos de basalto negro a contrastar com o chão cor de terra. Em redor da estátua de D. José haverá mármore verde a chamar a atenção para o monumento de bronze. "Achei a solução bastante interessante e arrojada. Mas vai dar discussão", preveniu a vereadora independente Helena Roseta. Acima de tudo, agradaram aos autarcas os detalhes técnicos: a praça vai ser infra-estruturada para receber espectáculos - que serão pontuais - e a drenagem das águas pluviais também não foi esquecida. De resto, é o que já se sabia: passeios mais largos e o trânsito a passar apenas nas ruas paralelas ao rio.
A Rua do Arsenal fica reservada aos transportes públicos e a Ribeira das Naus aos automóveis. Nas laterais da praça não haverá trânsito - apenas esplanadas e eventualmente comércio debaixo das arcadas, no rés-do-chão dos ministérios. "Parece-me uma proposta muito consistente", declarou ainda Helena Roseta. O tipo e a cor do pavimento servirão também para distinguir os vários usos da praça. Assim, o tal corredor entre o arco da Rua Augusta e o rio, feito num material diferenciado do restante, servirá para assinalar um percurso pedonal de fruição do local. A área do cais das colunas terá igualmente um pavimento próprio.
Árvores, como já ali existiram noutros tempos, não haverá. Bruno Soares disse que quando for preciso criar zonas de sombra por causa do calor será preferível montar toldos. A solução não é consensual: "Não sei se não seria melhor haver árvores", observou a vereadora comunista Rita Magrinho. Pouco entusiasmada com a proposta, Rita Magrinho ressalvou que os resultados finais do trabalho de Bruno Soares podem revelar-se diferentes da praça virtual ontem apresentada. Quanto ao pavimento, "podia ter sido encontrada esta solução mas também podia ter sido encontrada outra". Já o independente Carmona Rodrigues vê com bons olhos a divisão do Terreiro do Paço ao meio pelo corredor em direcção ao rio: "Um dos problemas da praça é a sua dimensão quase excessiva". A ser aprovada, esta solução deverá estar concretizada em Outubro 2010, para as comemorações do centenário da República. »
FOTO: Vista aérea da Praça do Comércio na década de 40 do séc. XX.
1 comment:
Cada vez ta pior, vão fazer uma via para cada lado vão provocar uma trombose no meio da cidade quem vem da expo vai ter filas até rotunda da expo, quem vem de belem vai chegar a alcantara, podiam ter feito um tunel ao lado do metro para os veículos mas como estamos em portugal sera noutro mandato pois as obras cá se fazem as prestações e consuante interesses para desvios de orçamentos acabaram com o trâsito por dentro da cidade pois os edificios se encontravam em risco devido a trepidação e agora se esqueceram?
Voltaram a por os autocaros a circular na pior zona de Lisboa pela parte interior será que agora não tem medo ou se esqueçeram dos mandatos passados?
Ja lá vão 10 anos de obras, mas Lisboa não e para quem víve cá e para os turistas, esta e a mentalidade dos governantes. Talvez noutro mandato tenham a ideia de fazer um tunel rodoviario a ligar campo das cebolas ao cais de sodré,mas terá que ser um Holandez a governar nesta cidade pois ja tão abituados a lidar com água pois cá so metem agua atraz de água.
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