Friday, July 4, 2008

Lisboa estuda cartão do residente


in PÚBLICO, Local Lisboa0 4.07.2008 por Catarina Prelhaz
«A Câmara Municipal de Lisboa pondera desenvolver um novo sistema que visa mitigar os problemas de estacionamento nas zonas históricas da cidade. A ideia é criar um "cartão de residente", que permita aos moradores usufruir em exclusivo dos lugares de parqueamento de determinadas áreas a delimitar pela câmara, avançou o vereador Manuel Brito, que esteve em substituição do vice-presidente Marcos Perestrello (PS) na reunião descentralizada da autarquia.

A falta de lugares e o estacionamento desordenado foram, de resto, as principais queixas dos novos moradores dos bairros históricos que, embora se digam "privilegiados" por viverem no centro de Lisboa, consideram que a autarquia tem de fazer mais para promover o seu repovoamento. As más condições do pavimento das ruas (que será intervencionado em Julho e Agosto, garantiu Manuel Brito), a falta de higiene urbana e o ruído excessivo na Baixa Pombalina, produzido sobretudo à noite por grupos musicais com amplificadores e por restaurantes, foram outras das contrariedades apontadas."Em casa, a partir de uma certa hora, tenho de andar sempre com tampões nos ouvidos", queixou-se uma moradora recente da Rua dos Correeiros.

Para o vereador Manuel Brito, o problema é "complexo", porque se há quem reivindique o direito à tranquilidade, "há muitos que reclamam pela falta de animação na Baixa". Já o vereador do Ambiente, José Sá Fernandes (eleito pelo Bloco de Esquerda), reconheceu que há pessoas que efectivamente não têm licença para produzir ruído. "Não julgo que seja esse o tipo de animação de rua que as pessoas reclamam para a Baixa", argumentou. Por esse motivo, assegurou Sá Fernandes, a autarquia vai apostar na fiscalização, um processo que advertiu ser "demorado" já que exige quatro medições de ruído em alturas distintas.

A prostituição no Poço do Borratém, sustentada por uma pensão ainda activa com ordem de encerramento desde Dezembro, foi outro dos problemas apontados. "Dois antigos e importantes estabelecimentos tiveram de encerrar as suas portas, porque não sobreviveram a este quadro confrangedor", advertiu o munícipe Maximino Afonso. O presidente da autarquia, António Costa, admitiu que, embora a pensão funcione ilegalmente, as 36 fiscalizações feitas àquele estabelecimento desde o dia 7 de Março não acusaram actividade. "Há objectivamente um problema", reconheceu, garantido maior atenção ao problema por parte da Polícia Municipal.»

FOTO: estacionamento selvagem na Rua da Madalena (junto da Igreja da Madalena)

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