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Friday, April 10, 2015
Tuesday, June 24, 2014
A REVOLUÇÃO ESTÁ NO LIXO...?
Aspecto dos paineis da exposição de iniciativa municipal «A REVOLUÇÃO ESTÁ NA RUA» no Largo do Chiado e na Rua Garrett. No dia seguinte à inauguração muitos dos paíneis foram logo vandalizados, derrubados e assim ficaram... Há vários dias que servem de lixeira conforme se vê pelas imagens. Lisboa, cada vez mais vandalizada, abusada, imunda?
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Sunday, October 21, 2012
LISBOA (1825-1826) vista por Charles Landseer
Aguarelas e desenhos de Charles Landseer (1769-1863)para ver no Centro Cultural de Cascais
A exposição ficará patente até 27 de janeiro e tem entrada livre.
Conhecido como Álbum de Highcliffe, este conjunto de aguarelas e desenhos pertencente ao Instituto Moreira Salles desde 1999 reúne representações de aspetos da vida quotidiana nas regiões que Landseer visitou em Portugal e no Brasil, entre paisagens, fortificações, flora ou figuras humanas.
O artista permaneceu durante três meses em Lisboa e dez meses no Brasil, integrado na missão diplomática britânica, chefiada pelo Embaixador Charles Stuart, que estava encarregada de negociar o reconhecimento do Brasil independente, país onde chegou a bordo do HMS Wellesley.
Na viagem de ida o navio zarpou de Inglaterra, passando por Lisboa, Madeira e Tenerife e, no regresso, oriundo do Rio de Janeiro, fez escala nos Açores e novamente em Lisboa, antes de rumar ao país de origem. Dessa missão partir-se-ia para a ilegalização do tráfico negreiro e para a abolição da escravatura, numa ação em que Inglaterra, Brasil e Portugal mutuamente se empenharam. A coleção, cuja qualidade artística é reconhecida por todos os especialistas, tem ainda um importante valor documental.
Centro Cultural de Cascais
Av. Rei Umberto II de Itália, s/n | Cascais
Terça-feira a domingo, 10h-18h
Entrada gratuita.
Charles Landseer | Natural de Londres, foi um dos sete filhos sobreviventes do conhecido gravador e arqueólogo John Landseer (1769-1852). Iniciou a sua aprendizagem artística com o pai e aperfeiçoou-se com o pintor Benjamin Robert Haydon (1786 - 1846). Em 1816, ingressou na Royal Academy of Arts, em Londres e entre 1851 e 1873 tornou-se o principal instrutor daquela instituição. O conjunto de seus trabalhos feitos no Brasil, que ficou na posse de Charles Stuart, compõe o Álbum de Highcliffe, que conta também com desenhos do pintor francês Debret (1768 - 1848) e dos ingleses William John Burchell (1781 - 1863) e Henry Chamberlain (1796 - 1844). As obras de Landseer foram localizadas em 1924 pelo historiador Alberto Rangel, que publicou, com Cândido Guinle de Paula Machado, o livro Landseer, em 1972. Em 1999, o Álbum de Highcliffe passou a integrar o acervo do Instituto Moreira Salles - IMS
Wednesday, February 10, 2010
Exposição: WMF PRESERVING MODERN ARCHITECTURE
Cities and towns across America routinely demolish their modern architecture, without giving the buildings a chance to be preserved and adaptively restored.
Why this happens, and what we can do to save 50 years of modernist architecture, is addressed in Modernism at Risk: Modern Solutions for Saving Modern Landmarks, a traveling exhibition organized by the World Monuments Fund (WMF) and sponsored by Knoll, Inc. Opening on February 17 at the Center for Architecture, 536 LaGuardia Place, the exhibition will be on view there through May 1, 2010.
Why this happens, and what we can do to save 50 years of modernist architecture, is addressed in Modernism at Risk: Modern Solutions for Saving Modern Landmarks, a traveling exhibition organized by the World Monuments Fund (WMF) and sponsored by Knoll, Inc. Opening on February 17 at the Center for Architecture, 536 LaGuardia Place, the exhibition will be on view there through May 1, 2010.
A project of WMF's Modernism at Risk program (http://www.wmf.org/advocacy/modernism), the exhibition features large-scale photographs by noted photographer Andrew Moore and interpretative panels on five case studies that explore the role designers and other advocacy groups play in preserving modern landmarks.
"For decades the World Monuments Fund has worked to save heritage sites around the globe, from early settlements to 20th-century architecture," said Bonnie Burnham, WMF President. "While modern buildings face the same physical threats as ancient structures, they are too often overlooked as insignificant, not important enough to preserve. We launched our Modernism at Risk initiative to advocate for these often ignored buildings and to address their special needs. And, through this traveling exhibition, we hope to draw many more advocates to our cause. We are especially pleased that it is now here in New York, at the Center for Architecture, where we hope hundreds of people will see the show and add their voices to ours on the importance of preserving our modern heritage."
(...)
"Architecture isn't just about building new buildings," said AIANY President Anthony Schirripa, FAIA, "It's also about celebrating our architectural history. Preserving modernist landmarks should be a goal not only for the design community, but for all communities that want to celebrate the diversity and richness of modern architecture in their midst. I hope this exhibition will begin a dialogue amongst New Yorkers about how, and why, modernism matters, and that it inspires us to each contribute in our own way to the World Monuments Fund's valuable mission of saving these extraordinary buildings."
The Center for Architecture
The Center for Architecture is a destination for all interested in the built environment. It is home to the American Institute of Architects New York Chapter and the Center for Architecture Foundation, vibrant nonprofit organizations that provide resources to both the public and building industry professionals. Through exhibitions, programs, and special events, the Center aims to improve the quality and sustainability of the built environment, foster exchange between the design, construction, and real estate communities, and encourage collaborations across the city and globe. The Center also celebrates New York's vibrant architecture, explores its urban fabric, shares community resources, and provides opportunities for scholarship. As the city's leading cultural institution focusing on architecture, the Center drives positive change through the power of design.
Foto: Museu Guggenheim, restaurado em 2009 por ocasião dos 50 anos.
Saturday, July 18, 2009
«as cidades estão a perder as suas personalidades e começam a parecer-se umas com as outras»
Museu Colecção Berardo - Centro Cultural de Belém
18 Maio - 16 Agosto
Aberto todos os dias, das 10h às 19h. Entrada gratuita
«Em toda a parte as cidades estão a perder as suas personalidades e começam a parecer-se umas com as outras, quase como os aeroportos. Não é através de regras, dogmas, ditames, piruetas ou assasinatos que a cidade será devolvida aos seus cidadãos. Só através do poder da imaginação a cidade se tornará maravilhosa.
Os passeios da minha infância - aqueles passeios portugueses em calçada preta e branca - deram-me a possibilidade de ver como uma cidade pode ser transformada numa cadeia de delícias.
Quando voltei a casa vindo de África pela primeira vez, aos seis anos, as ruas íngremes, os elevadores disfarçados de eléctricos horizontais, e os eléctricos propriamente ditos, barulhentos e com campainhas a tinir, os pátios e átrios de pastelarias e cafés, a Rossio movimentado, atafulhado com fontes, com a sua enorme coluna, os anúncios, os sinais de trânsito (cheios de pombos) e o enorme e plano Terreiro do Paço (uma imensidão a seguir à grelha apertada da Baixa pombalina) fizeram-me compreender Lisboa e viver nela como se fosse a minha casa.»
Nesta exposição, Pancho Guedes (n. 1925, Lisboa) reúne a sua prodigiosa e original produção de desenhos, quadros e esculturas e mostra como estes contribuíram para as formas, as ideias e o espírito das muitas arquitecturas diferentes e pessoais que criou. A sua ligação com África, sobretudo com Moçambique, permitiu que Pancho se libertasse dos constrangimentos mais restritos das ideias habituais sobre a arte.
As arquitecturas de Pancho Guedes vão de explorações extravagantemente opulentas e pessoais do espaço e da forma, nas quais as artes plásticas se misturam e se fundem, até edifícios austeros e esparsos desenhados para respeitar condições financeiras difíceis e rigorosas, sem limites claramente identificáveis. Em todos os casos, as criações resultantes não são de forma alguma diminuídas pelas circunstâncias da sua materialização. Todas as suas criações se encontram imbuídas de almas individuais, distintas, que falam e sorriem orgulhosamente, mesmo quando diminuídas pela idade e pelo uso abusivo. Pancho Guedes continua a desenhar, a melhorar e a construir modelos dos seus edifícios, mesmo os há muito construídos. A relação com a vida de muitas das suas obras está, assim, liberta do seu objectivo restrito, e estas encontram facilmente o caminho para a escultura, a pintura e o desenho, e também para conversas exageradas.
Foto: Rua Ivens, 1-15. A sistemática demolição do património arquitectónico é uma das razões da perda de personalidade das cidades.
Wednesday, December 3, 2008
Exposição: Lisboa 1758 - O Plano da Baixa Hoje
O PLANO DA BAIXA HOJE
Praça do Comércio - Páteo da Galé
A exposição continua até 28 de Dezembro
Horário: todos os dias - 11hoo-19hoo
Entrada Gratuita aos Domingos
Visitas Guiadas: quinta-feira - 11h00 e 14hoo
Marcações: 21 798 89 96 / 21 798 85 26
ATENÇÃO: cuidado, não tropeçar nas 24 bolas gigantes da TMN!
Thursday, June 19, 2008
A exposição está muito bonita e bem organizada, sim senhores,

Mas gostava que prestassem atenção (não só às palavras de José-Augusto França que, coitado, fala para o boneco, porque ninguém entra na câmara escura para o ouvir...) àquilo que salta imediatamente à vista na exposição, para além, obviamente, da monumentalidade do molde da estátua de D.José da 'Sala do Gesso' (alguém a meu lado pensava que era uma segunda estátua...), ou da maqueta trazida do Palácio Pimenta, e que é, claro, a série de gravuras e fotografias expostas:
O Cinema Eden foi demolido por vontade da CML. O Mercado da Praça da Figueira foi demolido por vontade da CML. O Chiado Terrasse foi transformado em sucursal de seguros por vontade da CML. O elevador do Largo da Academia de Belas-Artes foi desmontado por vontade da CML. O terminal do Elevador da Glória foi demolido por vontade da CML. Agora, parece que os queriam a todos de volta. Pois é, agora é tarde. Por isso:
POR FAVOR, que a CML esteja atenta a coisas como a linha de mansardas pombalinas (essencialmente às de Mardel), ao Cinema Odéon, à cumeada da Cotovia, à integridade do Campo das Cebolas, ao edifício do antigo celeiro pombalino (Alfândega), aos eléctricos que é precisamos ter de volta, ao Bairro Alto (e aos projectos que todos os dias avançam na CML, pé ante pé), à Doca Seca, ao Arsenal, ao Corpo Santo, a São Paulo, etc., etc.
Por favor, APRENDAM com os erros do passado (recente e longínquo!) de modo a que não mais desapareçam coisas que já não voltam, mas que também não mais apareçam coisas como as sedes das agências europeias do Cais do Sodré, ou esventramento de subsolo e derrube de árvores para estacionamento.
PS- A Estátua de D.José e o Arco da Rua Augusta estão uma vergonha. Mais acima, no Rossio, é preciso corrigir o poço de ventilação do Metro, que é outra vergonha ainda MAIOR (e, já agora, façam o mesmo ao da Rua do Arsenal, que esse nem sequer dá para os peões passarem no passeio...). E não é preciso suspender nenhum artigo do PDM para avançar!
Foto
Wednesday, June 18, 2008
BAIXA: Vamos aprender com um plano que tem 250 anos
«Lisboa estava destruída, mas um grupo de arquitectos e urbanistas pensava já no futuro: em 1758, três anos após o terramoto, já havia um novo plano para a cidade e o Marquês dava luz verde à reconstrução da Baixa. Passaram 250 anos. Uma exposição no Terreiro do Paço desafia-nos agora a pensar a cidade à luz desse plano.
Ainda a população de Lisboa não tinha recuperado do terrível choque do terramoto de 1755, seguido de um maremoto e vários incêndios que destruíram grande parte da cidade, e já Manuel da Maia tinha prontos os desenhos do que poderia ser a nova cidade moderna. Em Abril de 1756, cinco meses depois da tragédia, o engenheiro-mor do Reino apresentava ao poder a sua proposta. "Ele tinha passado a vida toda a trabalhar sobre Lisboa, e naquele momento percebeu que o poder político estava disposto a avançar", explica Walter Rossa, que é, com Ana Tostões (ambos especialistas em História da Arquitectura), um dos comissários da exposição 1758 - O Plano da Baixa Hoje, que é inaugurada hoje no Pátio da Galé, Terreiro do Paço, em Lisboa, onde fica até 1 de Novembro (o design é do atelier de Henrique Cayatte).
Ainda a população de Lisboa não tinha recuperado do terrível choque do terramoto de 1755, seguido de um maremoto e vários incêndios que destruíram grande parte da cidade, e já Manuel da Maia tinha prontos os desenhos do que poderia ser a nova cidade moderna. Em Abril de 1756, cinco meses depois da tragédia, o engenheiro-mor do Reino apresentava ao poder a sua proposta. "Ele tinha passado a vida toda a trabalhar sobre Lisboa, e naquele momento percebeu que o poder político estava disposto a avançar", explica Walter Rossa, que é, com Ana Tostões (ambos especialistas em História da Arquitectura), um dos comissários da exposição 1758 - O Plano da Baixa Hoje, que é inaugurada hoje no Pátio da Galé, Terreiro do Paço, em Lisboa, onde fica até 1 de Novembro (o design é do atelier de Henrique Cayatte).
Estão criadas as condições para aquele que será "o primeiro plano consequente da história do urbanismo mundial que conjuga três componentes: o desenho, a legislação específica e um sistema de financiamento". Estava aberto o caminho à construção da Baixa Pombalina. Passaram 250 anos desde que, a 12 de Junho de 1758, surgiu o diploma com o plano para a reconstrução do centro da cidade, assinado por Eugénio dos Santos e Carlos Mardel a partir da proposta de Manuel da Maia. A data é o pretexto aproveitado pela câmara municipal para apresentar esta exposição e relançar o debate sobre o que fazer da Baixa, numa altura em que o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, quer avançar rapidamente com o projecto de revitalização da zona.
Dentro do Pátio da Galé podemos, literalmente, caminhar sobre um mapa de Lisboa, e perceber as linhas traçadas há 250 anos pelos engenheiros e urbanistas e a forma como a cidade absorveu, e adaptou, esse plano. E isso ajuda-nos a perceber o que é essencial no desenho original da Baixa, e o que não é. Ou, resume Walter Rossa, "o que é que se pode transformar e o que é que tem que se preservar".
Plano elástico e resistente
"Esta não é uma exposição sobre história ou arquitectura, é sobre urbanismo", sublinha Ana Tostões. E mostra, segundo a comissária, que "o plano de 1758 é tão elástico e tão resistente que ainda hoje o vemos", apesar do que lhe fomos fazendo por cima, e dos "corpos estranhos" que nele fomos introduzindo. E "corpos estranhos" são, por exemplo, "tudo o que se acrescentou à frente da Praça do Comércio", todos os aterros que aí foram sendo feitos. A diferença entre o passado e o presente fica clara numa enorme fotografia dos anos 30, em que se vê como o rio chegava até junto da praça, que era fechada do lado esquerdo, não havendo obviamente circulação de automóveis. Curiosamente, lembra Walter Rossa, o próprio Terreiro do Paço é um aterro - já o era no século XVI e foi duplicado com o plano pombalino. Mas o que este plano nunca previu foi que o trânsito passasse por ali, cortando a praça do rio, como acontece actualmente.
"Coragem" - é esta a palavra que Manuel Salgado utiliza para explicar que, se queremos "pôr a bater de novo o coração de Lisboa", têm que ser tomadas "uma série de medidas para reduzir o número de veículos que circulam nesta zona". Uma das razões que muita gente invoca para não querer viver na Baixa é, segundo o vereador, o excesso de ruído e a poluição no ar, duas consequências da enorme quantidade de carros que por ali passam todos os dias. Outro "corpo estranho", prossegue Ana Tostões, é o chamado "quinto alçado" - os acrescentos e transformações que foram feitos em muitos edifícios da Baixa, alterando formas e volumetrias. Outra transformação, mais invisível mas igualmente preocupante, é, diz Walter Rossa, o desaparecimento, em alguns edifícios, do sistema de gaiola (uma maqueta dessa gaiola pode ser vista na exposição, mas curiosamente não existem contratos nem desenhos originais que nos ajudem a traçar a origem da gaiola), que permite que, em caso de terramoto, os prédios se desloquem em conjunto, evitando o desmoronamento. Como este sistema tem uma lógica de quarteirão, se é retirado de um dos prédios (geralmente para tornar as paredes mais estreitas e assim ganhar espaço), isso afecta toda a estrutura. "É como dançar cancan", explica Walter Rossa, "se uma pessoa que não sabe dançar entra no grupo, as outras, que estão coordenadas, chocam com ela e caem todas". Há, portanto, várias razões para se manter a lógica de quarteirão na Baixa, tal como prevista no plano de 1758, defendem os dois comissários. Por outro lado - e agora é já Manuel Salgado a falar - é preciso modernizar os edifícios, para atrair empresas e moradores. "Estamos já a trabalhar para ver o que pode ser feito em cada um dos edifícios", afirma o vereador. "Como podemos aumentar a resistência aos sismos, aos incêndios, oferecer mais condições de conforto." Numa zona em que há muitos moradores idosos, pode-se estudar, por exemplo, como integrar elevadores nos edifícios.
Cinco dos desenhos velhinhos de dois séculos e meio com as primeiras propostas de Manuel da Maia estão em exposição no Pátio da Galé, numa sala "presidida" pelo retrato imponente do Marquês de Pombal, símbolo da vontade política de reconstruir uma cidade a partir do zero - tinha havido na Europa outros exemplos de catástrofes mas nunca se tinha ido tão longe como se foi em Lisboa. Os governantes "aproveitaram o estado de choque das pessoas, o que lhes permitiu ter ideias mais ousadas", explica Walter Rossa.
Sala negra e misteriosa
Hoje a situação é diferente. Não houve um terramoto. Mas a Baixa foi resvalando, lentamente, para uma situação de abandono e decadência. E para a tirar daí é também preciso vontade política. Manuel Salgado sabe disso: "O plano por si só não chega. Um dos aspectos mais importantes há 250 anos é que houve medidas administrativas e financeiras que tornaram possível a concretização das ideias." Na exposição, isso é mostrado com humor. Depois da sala em que estão expostos os cinco projectos de Manuel da Maia (o sexto, que veio a dar origem ao plano de 1758, desapareceu) entramos numa outra sala completamente negra. "Isto representa os dois anos, entre a proposta de 56 de Manuel da Maia e o plano de 1758, em que não sabemos exactamente o que aconteceu e se calhar nunca viremos a saber", explica Walter Rossa. É o período em que se aplica uma legislação "violenta" para ultrapassar problemas de direitos de propriedade, em que se fazem negócios menos claros, mas indispensáveis para criar as condições que permitiram avançar com a construção da Baixa. Mais tarde, durante o romantismo, a Baixa, com as suas linhas direitas e lógica "a regra e esquadro", foi frequentemente mal-amada. Dizia-se, lembra Ana Tostões, que tinha uma "monotonia que gela".
A zona enfrenta uma "travessia do deserto", mas, ao mesmo tempo, o plano inicial vai-se humanizando, permitindo que se abram praças, que surjam cafés, lojas, comércio, teatros como o São Carlos e o D. Maria II. Cria-se, desde o início, uma diferença entre a Baixa e o Chiado - este, com "um desenho mais livre, mais arejado, é apropriado pela burguesia endinheirada e mais vocacionado para a habitação", afirma Walter Rossa, enquanto a Baixa é sobretudo o centro económico, comercial, político. Características que se mantêm hoje. "Continuamos a ter aqui os elementos principais de um centro financeiro, com o Ministério das Finanças, o Banco de Portugal e a estrutura central de outras instituições financeiras", frisa Manuel Salgado. Mas há também "muitos espaços inutilizados, vazios, onde é possível instalar pequenas e médias empresas. Para isso temos que melhorar as condições de acesso, de telecomunicações, prevendo sistemas modernos, fibras ópticas, por exemplo, que a Baixa neste momento não tem". A isto, defende o vereador, devem somar-se instituições culturais (o novo Museu do Design e da Moda, na antiga sede do BNU, ou o Museu do Banco de Portugal na Igreja de São Julião) e, nos pisos térreos do Terreiro do Paço, locais para exposições, cafés, restaurantes.
O Pátio da Galé - onde agora pode ser vista a exposição sobre o plano da Baixa - poderá vir a transformar-se num núcleo do Museu da Cidade ligado à reconstrução pós-terramoto, admite Salgado. "Uma estrutura que em permanência dê a conhecer o que foi esta extraordinária epopeia." Foi há 250 anos que um grupo de homens fez, pela primeira vez, um plano que via Lisboa de uma forma integrada, e reconstruiu, pela primeira vez, uma cidade moderna por cima dos escombros de uma cidade antiga.»
Por Alexandra Prado Coelho, hoje no Público
FOTO: prédio pombalino para venda na Rua do Ouro
Tuesday, June 17, 2008
Plano urbanístico de 1758 vai ser relembrado em exposição
In Notícias da Manhã (17/6/2008)
«A Câmara de Lisboa apresenta hoje uma exposição para assinalar os 250 anos do plano urbanístico da Baixa, zona nobre da cidade que a autarquia pretende revitalizar e para a qual está a elaborar um Plano de Pormenor.
A mostra «Lisboa 1758, o Plano da Baixa hoje», que marca os 250 anos do plano urbanístico de Eugénio dos Santos e Manuel da Maia que se seguiu ao terramoto de 1755, vai ficar patente até dia 1 de Novembro no Pátio da Galé, no Terreiro do Paço. (...)»
«A Câmara de Lisboa apresenta hoje uma exposição para assinalar os 250 anos do plano urbanístico da Baixa, zona nobre da cidade que a autarquia pretende revitalizar e para a qual está a elaborar um Plano de Pormenor.
A mostra «Lisboa 1758, o Plano da Baixa hoje», que marca os 250 anos do plano urbanístico de Eugénio dos Santos e Manuel da Maia que se seguiu ao terramoto de 1755, vai ficar patente até dia 1 de Novembro no Pátio da Galé, no Terreiro do Paço. (...)»
Monday, June 16, 2008
EXPOSIÇÃO: Lisboa 1758, o Plano da Baixa hoje
«Entre 12 de Maio e 12 de Junho de 1758, uma série de decretos reais definiram o desenho urbano e arquitectónico, as regras administrativas e a engenharia financeira da renovação da Baixa de Lisboa, na sequência da sua destruição pelo terramoto de 1755. Este conjunto codificado de regras urbanísticas muito precisas constitui, provavelmente, o primeiro plano urbano em sentido moderno. Acresce a particularidade de ter sido concretizado.
Comemorando os 250 anos do plano de Lisboa de 1758 e com o fim de dinamizar o debate em curso sobre a reabilitação da Baixa de Lisboa, a Câmara Municipal de Lisboa decidiu promover a realização de uma exposição de grande escala onde o processo urbano de reconstrução do seu centro pós-1755 será apresentado ao grande público e aos especialistas.
A exposição organizar-se-á em três secções principais:
1) contextos e antecedentes;
2) o plano de 1758 em todas as suas perspectivas e características, com especial relevância para as questões metodológicas;
3) a evolução da área-plano da Baixa entre a 2ª metade do sec.XVIII e a actualidade, na qual se expõe a estratégia delineada pelo actual executivo para a revitalização da Baixa, baseada na implementação de medidas urbanísticas de fundo e pelo desenvolvimento de projectos âncora.
Esta mostra será inaugurada no dia 18 de Junho, às 18h00, e aberta ao público no dia 19, no Páteo da Galé (Praça do Comércio), estando patente até ao dia 1 de Novembro.»
Horário da Exposição: todos os dias das 11h00 - 19h00
Co-organização: Câmara Municipal de Lisboa / Associação de Turismo de Lisboa Comissários: Ana Tostões, Instituto Superior Técnico, Lisboa; Walter Rossa, Universidade de Coimbra
Design da Exposição: Atelier Henrique Cayatte
Fonte da informação: www.cm-lisboa.pt
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